Antonia – Capítulo 3

 

 

Fui para a rede chorar um pouco. Eu tirei a rede do pai e da mãe e troquei por mais duas galinhas há três semanas. Sei que daqui a pouco vou ter que matar as galinhas para a nossa alimentação. Não sei fazer esses animais se multiplicarem, tampouco fazer um plantio de mandioca ou de milho se transformar em uma fonte de renda para a gente. Sou uma menina ainda, não sou adulta!

Muitas responsabilidades foram colocadas em minhas costas antes mesmo de eu ser mulher! Será que ninguém pode me ajudar? Não é necessário ajuda financeira, apenas dar instruções de como pode ser feito…

Há um homem na cidade que é muito inteligente. Sempre que vou trocar leite por feijão, vou até a venda dele. É o único que aceita esse tipo de troca. Outro dia eu pedi a orientação dele. Ele me olhou de cima a baixo e disse umas coisas que não entendi. Só sei que não gostei do seu olhar, achei muito esquisito. Meu pai nunca me olhou daquela forma…

Os anos foram se passando e nossa vida sempre na mesma, ou melhor, piorando cada vez mais.

Eu não poderia deixar a minha irmã passar fome, mas naquele lugar a gente iria morrer. Resolvi, então, fazer uma tentativa. Era a única saída, não tinha outro jeito. Fui até o nosso vizinho, aquele que ajudou a tirar meu pai morto da árvore. Pedi que ficasse cuidando da Márcia, pois eu iria para outro estado tentar a vida. Do jeito que estávamos, não teríamos nenhuma chance de sobrevivência. Essa era a única luz que eu via no fim do túnel. Prometi que enviaria dinheiro para ajudar nas despesas dela. Eu me sentia mais segura deixando-a com uma família. Arrumamos suas coisinhas, tinha pouquíssima roupa e apenas um par de sandálias. Coloquei em duas sacolas e levei-a para casa da Zefa. Meu coração apertou tanto que não contive as lágrimas. Sofri muito ao deixá-la, mas tinha que ser assim.

Pedi ao Seu Dito para vender a casa, mas não tinha documentação nenhuma. Lá, naquele fim de mundo, a gente conversava e fazia negócios à base de palavras. Nossa palavra tinha muito poder e confiança. O dinheiro que ele conseguia era para suprir as despesas da Márcia. Minhas coisas deram apenas em uma sacola. Prendi meu cabelo com um elástico e fui para a estrada, a fim de pegar uma carona. Levou mais ou menos duas horas para passar um caminhão. Fiquei esperando naquele sol ardente que comia a nossa pele. Enfim, a carona chegou.

Um senhor parou e entrei em seu caminhão vermelho, enferrujado, todo coberto de terra e tão quente que mal dava para respirar. Ele era muito simpático, lembrava meu pai… Tenho saudades de meus pais. Eles fazem muita falta. Cheguei à cidade grande. Era grande mesmo.

Pessoas lindas circulando pelas ruas. Havia carros por todo lado. Fiquei um tanto assustada. Não tinha muito dinheiro, apenas duzentos reais para arrumar um lugar para passar a noite e conseguir um emprego. O senhor do caminhão me disse que conhecia um albergue que aceitava meninas, era barato e eu poderia passar a noite lá.

Ele me deixou na porta. Era um lugar feio, todo sujo. Pessoas estranhas passavam por ali, diferentemente do centro da cidade. Tive sorte, havia um quarto vago. A mulher da recepção primeiro quis o pagamento da diária, para depois me deixar entrar. Coloquei a minha sacola dentro de um guarda-roupa de duas portas todo descascado.

A cama era pequena, o colchão duro, porém, não fazia diferença para quem dormia em rede. As paredes eram beges, tinha bolor, toda descascada, não valia o preço que pediam na diária, mas era tudo o que eu tinha. Viajei o dia todo e quando cheguei já era noite; queria descansar um pouco. Naquela noite, antes de desmaiar de tanto sono, chorei… estava me sentindo sozinha e com medo daquela cidade imensa…

 

Continua.

Meuri Luiza

Manutenção de uma Fé FORTE!

 

A fé tem seus segredos. Requer manutenção para estar sempre forte. Aqui vão três hábitos que garantirão a força da sua fé:

Meditar sempre na Palavra de Deus – não apenas ler, mas pensar no que lê. A frequência nas reuniões onde a Palavra é pregada; a meditação especificamente nas promessas de Deus
Manter-se sempre em espírito de oração – onde estiver, sempre manter a mente em Deus; orar para entregar as preocupações e ansiedades a Deus; conhecer a Deus através da oração. Não é um ritual, mas um estado de espírito constanteDesviar-se do mal – ter temor a Deus, fugir do pecado, evitar amizades com pessoas que o levam para o mal, guardar seus olhos de olhar coisas impróprias na Internet, resistir às tentações.
Pratique isso e veja sua fé se fortalecer a cada dia.

 

Fonte: Belas&Guerreiras

Meus Olhos…

Se você tem bons olhos você falará coisas boas e não más, pois você fará o possível para ver o lado bom de todas as pessoas que os erros. falhas delas se tornaram pequenos ao seu ver..
Muitas das vezes na nossa cabeça já criamos maus olhos para com algumas pessoas, por que outra chegou até você e fez a caveira da outra dizendo.. – Não se mete com essa dai não, ela é muito metida…
 
Existem muitas pessoas que fazem isso e mesmo antes de você conhecer a pessoas, você acredita no que falaram dela, ai você já teve maus olhos…

Mas podemos fazer com que isso não aconteça, por que o pensamento pode até vir, mas você pode repreende lo, por que muitas pessoas erram todos os dias, você erra todos os dias,então basta você escolher se vai ver ela com maus olhos de quem errou, falhou, ou se vai ver ela como uma alma tentanto mudar.
“Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Mateus 6:22,23

É só você parar pra pensar e ver como você tem visto as demais pessoas, a obra de Deus e tudo a sua volta e assim perceberá se tem olhos bons e se você esta realmente vivendo na luz…

♥ Quando, por causa do que você ver, ou de um assunto que surgir, der uma vontade de falar algo amargo, não fale! 

♥ Quando receber uma resposta atravessada, ao invés de achar que a pessoa te odeia, pense que ela pode estar muito aflita naquele momento. 

♥ Quando for repreendido pelos seus erros, não interprete como uma injustiça ou perseguição, mas veja onde de fato você errou, e o que pode fazer para mudar. 

♥ Não julgue e nem despreze uma pessoa pelo que falam dela, ou pelo que viu na sua aparência. 

♥ O que mais você pode acrescentar ou excluir para ter bons olhos? Já sabe a resposta? Então faça!

 

Fonte: Belas&Guerreiras

Antonia – Capítulo 2

 

 

Em uma manhã, eu fui pegar algumas mandiocas para cozinhar e comer e vi alguma coisa pendurada na árvore. Minha irmã estava dormindo. Eu cheguei perto e quase desmaiei. Minhas pernas estremeceram, meu coração disparou e as lágrimas caíram sem parar dos meus olhos. Meu choro foi tanto que cheguei a soluçar. Vi meu pai com uma corda no pescoço. Seus braços estavam soltos, a língua para fora, os olhos muito abertos olhando para mim e seu rosto muito roxo. Ele se enforcou com uma corda que tínhamos para amarrar os barris. Nunca mais vou me esquecer dessa cena. Não queria que minha irmã visse, mas não consegui evitar. Ela acordou e veio atrás de mim. Quando percebi, a pequena Marcinha estava ajoelhada no chão de terra vermelha com as mãos na boca. Eu me lembro como se fosse hoje, pegamos o carro de boi e fomos até nosso vizinho. Contamos o acontecido, e ele, juntamente com seus dois filhos, foram até a árvore.

Tiraram o pai de lá e o enterraram ao lado da nossa mãe. Fizeram mais uma cruz. Agora, ela não estava torta.

Meu pai não conseguiu ser forte, ele se matou. Ouvi dizer que quem se mata vai para o inferno. Então, ele deve estar lá.

Enfim, ficamos sozinhas, eu e minha irmã em um sertão sem fim. Aprendemos a pegar água do riacho… Claro que trazíamos muito menos água do que meu pai, a gente quase não tinha forças… Nós paramos de brincar no galinheiro com as galinhas e nem fazíamos mais bonecas de espigas de milho. O nosso tempo era remido.

Eu tinha que sustentar a casa agora. Eu, simplesmente eu, uma menina com 15 anos de idade, tinha que sustentar a irmã com 13. Por isso, virei a sua mãe, a sua protetora, a sua vida. Ela se baseava em mim para tudo. Eu não poderia jamais deixá-la de lado. Tive uma filha sem ficar grávida.

O tempo foi passando e a vida ficou muito dura para nós. Acordávamos ainda de noite para buscar leite na casa vizinha. O pai de família chamado Seu Dito – era Benedito, mas todo mundo o conhecia por Dito – era casado com a Zefa – acho que o nome todo era Josefa, não sei bem, eu não tinha tempo nem para conversar mais e saber da vida das pessoas.

Ele dava todo dia um litro de leite tirado diretamente da vaca para nós, mas tinha uma condição: a gente tinha que ir lá buscar. Ele nem se importava se éramos pequenas; se a gente não fosse lá, não tinha leite. Não sei se minha mãe agiria assim com um vizinho que não tem pai e mãe…

Nós não tínhamos geladeira, então o leite teria que ser consumido no dia, senão talhava.

Eu não tinha dinheiro para comprar açúcar, por isso o leite era aferventado em uma vasilha de alumínio e a gente bebia sem nada, apenas o leite e a espuma. Com o tempo, a gente se acostuma e nem sente a falta do doce no leite.

A mandioca era plantada na frente de casa. Eu aprendi com meu pai a puxar a raiz e também cortar os talos para colocá-los novamente na terra. Tenho aproveitado o plantio que meu falecido pai deixou.

As galinhas eu também aproveito. Vou todos os dias ver se há ovos para comer. Uso lenha no fogão para fazer a comida. Tudo é assado, porque quase não se tem água, e quando tem é para beber. O calor aqui é insuportável, se a gente não fizer tudo antes das 10 horas da manhã, o sol queima o coco da nossa cabeça.

Para mim, tudo está muito difícil! Não estou dando conta de fazer tudo o que devo fazer. Tenho muito medo de ficar sem comida para a minha irmã. Estamos com seis galinhas e um galo, nove pés de mandioca e sete de milho. Tenho que alimentar o boi, que sempre nos leva para a cidade para comprar feijão. Eu troco, às vezes, o leite por meio quilo de feijão. Como não tenho dinheiro, tento trocar por algo.

 

A minha mãe lavava a roupa no riacho e a trazia em um balde que colocava em cima da cabeça. Ela tinha tanta agilidade, que podia até correr e não deixava a roupa cair. Eu bem que tentei fazer isso, mas é muito pesado, então, levo a roupa de pouco em pouco até o riacho para lavar. Muitas vezes prefiro ficar com as roupas sujas…

 

– Antônia, o que vai acontecer com a gente?

– Eu não sei, mas não vou deixar você passar fome, isso pode ter certeza!

Continua…

Meuri Luiza

Nunca me Deixou *-*

Sabe eu adoro essa música. Ela sempre me lembra que mesmo passando pelos vales e desertos que sempre haverão, Jesus nunca me deixou e nem nunca vai me deixar.

E pode ter certeza que não importa o tamanho do seu problema. Jesus está sempre com você. Eu sei que as vezes parece que não mais ele nunca, nunca te deixou.

Livres para Adorar

Ainda que eu ande 
pelo vale da sombra da morte.
O Teu amor lança fora o medo.
Ainda que eu me encontre
bem no meio das tempestades da vida.
Não voltarei, pois perto estás.

Eu não temerei o mal.
Pois o meu Deus comigo está.
E se o meu Deus comigo está:
-A quem eu temerei? A quem eu temerei?

Oh, não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh, não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh, não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Eu posso ver a luz
que está vindo ao coração que espera.
Incomparável, gloriosa luz.
E haverá um fim aos problemas.
Mas até este dia,
viverei sabendo que estás aqui.

Eu não temerei o mal.
Pois o meu Deus comigo está.
E se o meu Deus comigo está:
-A quem eu temerei? A quem eu temerei?

Oh, não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh, não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh, não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Eu posso ver a luz
que está vindo ao coração que espera.
E haverá um fim aos problemas.
Mas até este dia. (…chegar)
Te louvarei. Te louvarei.

Antonia – Capítulo 1

Você tem mãe? Você conhece a cadeia? Sabe o que acontece lá? Vou contar minha história. Realmente a injustiça acontece e quando percebemos, estamos sem ninguém, simplesmente sozinhas nesse mundo. O que fazer? Recorrer a quem?

( História baseada em relatos de jovens que estiveram em uma cadeia feminina)

Imagine ter apenas 10 anos de idade e ver sua mãe caída no chão, morta. Foi o que aconteceu comigo.

A minha mãe teve uma parada cardíaca fulminante e morreu junto com as galinhas. Ela estava dando comida para elas no quintal e, de repente, caiu… Morreu…. Não deu tempo de socorrer. Nem que desse tempo, onde nós moramos não tem hospital. Eu fiquei perto do corpo dela esperando meu pai. Quando ele chegou, o corpo dela já estava gelado e seus lábios roxos. Fiquei o tempo todo sentada no chão e coloquei a cabecinha dela em meu colo. Minha irmã estava com meu pai. Eles estavam pegando água no riacho, que fica a cerca de 10 km de casa.

Meu pai chorou… Carregou minha mãe até a nossa casa e a colocou na cama. Seu corpo, imóvel, ficou lá por alguns minutos. Ele fez um buraco no fundo de casa e lá enterrou nossa mãe. Fez também uma cruz. A madeira vertical ficou torta, nem parecia uma cruz. Minha mãe, agora, estava embaixo da terra, no fundo de casa, perto das galinhas.

Eu me vi sozinha para cuidar da minha irmã e do pai que acreditava, não iria aguentar, ele era muito fraco nos seus sentimentos…

Eu me chamo Antônia, minha irmã Márcia, meu pai Pedro, e minha mãe, Cida.

-*-

Eu gostava muito de brincar com minha irmã. Ela é dois anos mais nova que eu. Nossa casa muito simples. Feita de pau-a-pique. Meu pai foi quem fez com um barro que se aplica num enramado de bambu.

A gente se divertia enquanto meu pai trabalhava.

Nós morávamos em outro lugar, mas estávamos ficando sem água, porque havia seca e até os animais vizinhos estavam morrendo. Agora, onde estamos, tem um riacho bem legal e meus pais acharam melhor ficarmos aqui para sobrevivermos. Para pegarmos água, vamos em uma carroça, e o boi vai puxando. Às vezes dói o corpo de tanto que chacoalha. Eles vão duas vezes na semana pegar água, e a gente armazena em barris. Dá para tomar banho de caneca, fazer a comida e alimentar as galinhas também.

Há algumas árvores em volta da casa. Tem jaca, pitomba, goiaba e graviola. Minha mãe fazia sucos para nós. Ela também fazia macaxeira assada, uma verdadeira delícia com suco de pitomba!

Minha irmãzinha sempre ficava comigo. A gente não se separava por nada. Um dia eu quis brincar com as espigas de milho fazendo bonecas. Ela ficou encantada, e a partir de então, brincávamos de casinha todos os dias.

Depois que a minha mãe morreu, a gente não brincou mais.

Eu já estava com dez anos, e ela com oito. Eu cuidava da Marcia, sempre cuidei. Quando ela acordava à noite, com dores de barriga, eu saía pelo quintal à procura de erva cidreira para fazer um chazinho para ela. O tempo foi passando e ela começou a me chamar de mãe. Eu achava meio estranho, mas não consegui tirar isso dela.

Aprendi a fazer comida, chás milagrosos, compotas, organizar a casa, limpar o chão de terra batida, fazer os sucos com as frutas do quintal e, o principal, cuidar do meu pai. Ele entrou em depressão profunda e a única coisa que fazia era buscar água com o boi para nós. Isso porque eu não aguentava com o peso dos barris.

Sempre cuidei de tudo. A minha mãe me ensinou muita coisa, mas eu sempre precisei dela. Quando fiquei mocinha, pensei que tivesse me machucado. Eu não sabia para quem falar. Tinha vergonha de falar sobre isso com o meu pai, porque eu não sabia o que era. Além disso, a nossa vizinha ficava a cerca de 20 km da minha casa. Depois de três meses eu descobri que era normal, porque todo mês acontecia.

Em parte, para mim, foi bom, porque quando aconteceu com minha irmã, eu já pude tirar de letra e ensiná-la. Meu pai nem ficou sabendo. Aliás, ele nem conversava com a gente. Um dia eu tive que dar macaxeira na boca dele. Nem comer ele estava comendo. A depressão estava matando aquele homem dia a dia.

Havia uma árvore a uns 40 metros de casa. A gente costumava subir nela para brincar, mas agora a gente não quer nem passar perto….

Continua…

Meuri Luiza

Versículo da Semana

Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.

Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.

                                                                     Mateus 11: 28-30

Ei você que está cansado da vida que tem levado. Ei você que não aguenta mais tantos problemas. Ei você que não vê mais saída.

Existe alguém que pode aliviar sua dor. Ele é manso e humilde de coração, Ele quer tirar esse peso enorme que você tem carregado sobre seus ombros e te dar o fardo suave e leve que Ele tem.

Basta você querer, e se entregar a Ele de TODO coração.