Marina – Capitulo 9

 

Eu fiquei um dia e meio no hospital, a menina morreu algumas horas antes de eu receber alta. No momento de sua morte os demônios vieram buscar sua alma… eu vi ! É horrível ! Vi o desespero da sua alma ! Vi o desespero !

Antes da sua morte olhei para ela, estava na cama colocada em frente a minha. Ela era muito magra, careca e com os olhos fundos e roxos. A pele parecia verde, eu conseguia contar os ossos dela. As mãos eram muito feias, lembrei de uma caveira. A boca dela estava com muitas feridas. Ela sentia fortíssimas dores, a enfermeira toda hora aplicava morfina na menina. A dor passava por um tempo e depois voltava.Ela queria chamar a mãe mas não dava mais tempo! Eles a levaram! Eles a levaram! Os demônios a levaram.

Minha mãe estava do meu lado e eu nem falava com ela. Queria tomar um banho, mas ainda não podia me mexer.

Olhei para ela e chorei, eu não podia falar nada, como poderia explicar tudo aquilo? Minha mãe me abraçou e me abençoou…

Fiquei com a expressão da menina morta em minha mente. Uma garota de uns 23 anos, pele e osso, o rosto muito enrugado, as mãos horrorosas. O gemido de dor, a boca toda cheia de feridas e o desespero por estar sendo levada pelos demônios… A mãe chorando em cima do corpo da filha morta… será que minha mãe vai estar no lugar dessa mãe daqui alguns dias? Será que eu vou acabar assim?

Colocaram um lençol branco em cima dela e a levaram para o necrotério. Alguém ia fazer a tal autópsia. Acho que nem precisava, o câncer comeu o corpo todo dela, era só escrever isso.

Meu médico chegou e me deu um sorriso, disse que correu tudo bem na cirurgia, mas que eu deveria começar uma quimioterapia. Assinou um papel e me deu alta.

Meu pai foi nos buscar, eu e minha mãe. Com muita calma desci da cama, minha mãe trouxe um vestidinho bem solto para eu usar, um chinelo de borracha bem leve. Penteou o meu cabelo e fez um rabo de cavalo. Ela segurou no meu braço direito para que eu não caísse. Meu pai levou a sacola com minhas outras roupas.

Entrei no carro, fui na frente, minha mãe sentou-se atrás. No caminho meu pai fazia algumas brincadeiras para ver se eu me alegrava, mas não consegui esboçar nenhum sorriso. Fiquei olhando a paisagem e sentindo a dor na minha alma. Porque será que fiquei desse jeito?

Chegando em casa fui para meu quarto. Minha cama estava arrumada, com dois travesseiros grandes e muito gostosos, um edredom macio e aconchegante. Me deitei, minha mãe ajeitou minhas costas no colchão. A Bá, era uma ajudante que estava conosco desde que eu tinha cinco anos de idade. Ela fez uma sopa de mandioquinha para mim. Bateu no liquidificador e não colocou muito sal. Bá veio pessoalmente colocar a sopa em minha boca. Ela é muito engraçada, fazia aviãozinho para eu comer. Eu ria com isso. Estava sendo tratada como rainha por eles, mas dentro de mim havia um vazio imenso. Não sei o que era, nunca senti isso antes. Um abismo estava dentro do meu peito. Uma vontade de morrer mas ao mesmo tempo não sabia para onde minha alma iria. Mesmo eu tendo aprontado todas, minha mãe me amava, mas será que Deus me amava? Será que Ele se lembrava de mim? Essa dúvida estava dentro do meu coração o tempo todo. Uma voz dizia que eu não tinha mais salvação, que eu estava perdida em meus pecados, que eu não era digna da misericórdia Dele e que não adiantava orar, porque Ele não iria me ouvir… desespero….

Minha mãe chegou perto de mim e passou a mão em minha tatuagem, olhou para ela por alguns segundos. Pensei que iria me dar uma bronca, mas não… balançou a cabeça em sinal negativo e esboçou um sorriso. Não entendi.

Na semana seguinte comecei a químio. Uma sala com um aparelho estranho, um saquinho de soro com os remédios. Começou o tratamento… minha boca ficou seca, parecia que ia rachar. Senti um desconforto insuportável. Uma sensação horrorosa, nem conseguia falar, eu poderia beber toda água do mundo que a secura em minha boca não passava. Tive muita náusea, quando eu saí me receitaram outro remédio para tomar caso o enjoo continuasse. Meu pai passou na farmácia para comprar, eu não queria ficar no carro queria ir embora, estava muito mal, me sentia péssima.

Quando cheguei em casa não resisti e vomitei muito…muito mesmo… meu estomago doía, minhas costas também, não aguentava mais fazer força de tanto vomitar. Uma sensação de morte, quero minha cura! Pelo amor de Deus quero minha cura!.

Dois dias passando horrivelmente mal. Minha mãe ao meu lado sofrendo junto. Voltei a falar com ela. Bá fazia sucos, eu não conseguia tomar, não tinha fome.

Meu pai ligou para o médico e ele disse que era assim mesmo. Pediu para eu comer em pouca quantidade mas várias vezes durante o dia. A comida não descia em minha garganta. Tinha nojo dela. Nem água me sentia bem em beber, comecei a morrer vagarosamente…

Méuri Luiza

Série Nascer de Deus parte 2 – A Verdadeira SEDE de Deus

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Faz um tempo que tinha uma jovem me pedindo orientações. Eu, obviamente conversei com ela e ela me disse que gostaria muito de receber o Espírito Santo. Então eu pedi direção a Deus para fazer um propósito com ela. Começamos o propósito muito entusiasmadas e cheias de alegria.

Mas com o passar do tempo ela foi desanimando e perdendo as forças. Sempre reclamava dos horários de oração e no fim, acabou que não continuou o propósito e voltou a fazer suas próprias vontades.

Traduzindo ela na verdade só estava empolgada, mas não tinha SEDE do Espírito de Deus. Ela até queria nascer de novo mas esse não era o maior desejo do seu coração. Era só uma pequena vontade.

Para receber o Espírito de Deus você tem que realmente querer. Vou dar um exemplo prático:

Imagine uma pessoa que está meses sem beber água, sem beber nada, sem comer qualquer alimento. Imagina a Sede e a Fome que essa pessoa está sentindo. Essa é a SEDE do Espírito Santo. Uma coisa que arde dentro do seu interior, do seu coração, da sua alma.

Não é algo passageiro é algo que permanece dentro do seu ser. E qunto mais você busca mais você tem vontade de buscar, quanto mais você ouve a palavra dEle mais tem vontade de ouvir.

E se você pensa que essa sede acaba quando você recebe o Espírito de Deus, está redondamente enganado! Quando o Espírito de Deus se apossa de você, essa SEDE só aumenta. Ela cresce cada dia mais.

Para receber o Espírito de Deus, para Nascer de Novo você precisa ter SEDE, muita muita SEDE. Não só uma pequena vontade mais uma SEDE insaciável.

E quando Ele ver que você realmente O quer, que você realmente O deseja, que a sua SEDE é verdadeira, então Ela ficará muito feliz em abitar na sua vida.

Série Nascer de novo.

Me lembro como se fosse ontem o dia em que Nasci de Novo!

Eu estava tão triste, me sentia tão vazia tão sozinha. E eu fui falar com Deus – mas sinceramente comigo mesma eu pensava que nem Deus iria me entender -.

Eu não queria me sentir daquele jeito. Eu queria ser feliz, queria sentir e vivera felicidade que as pessoas a minha volta diziam ter!

Foi ai que ao falar com Deus eu disse tudo o que estava sentindo, eu disse tudo aquilo que estava no mais profundo do meu ser! Eu rasguei meu coração perante o alta. Eu não aguentava mais tanta agonia, tanto desespero! Eu sabia que eu tinha pecados. Eu sabia que minha vida errada tinha me levado a toda aquela infelicidade, mas eu queria mudar porque não aguentava mais sofrer como eu sofria.

E foi ai então que Deus me lavou, me perdoou e me deixou encontar o meu Senhor Jesus. O bem mais precioso, o tesouro mais perfeito que alguém pode ter.

A alegria que eu tanto procurava estava diante de mim. E Jesus colocou ela DENTRO do meu coração. Eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto por nada! Podia alguem dizer ou fazer qualquer coisa que nada arrancava aquele sorriso sincero do meu rosto!

E desde aquele dia, eu posso dizer que nasci de novo! Eu Nasci de Deus! Ah! Que dia!

Se você deseja ter esse novo nascimento então se entregue. Se coloque como criatura e deixe O Criador tomar a direção da sua vida! Ele quer cuidar de você, Ele quer dar a felicidade que você tanto procura.

Pare de querer ser senhor de si mesmo. Deixe Jesus ser o seu Senhor e você vai ver o quanto Ele tem a te dar!

Versiculo…

“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,

o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”

2 Corintios 3:5,6

Eu estava lendo um post no blog da dona Cristiane, e quando li esse versículo pensei muito sobre ele. Sabe as vezes nos sntimos tão incapaz. Tem horas que nós olhamos para os desafios que temos de enfrentar e pensamos: Eu não vou conseguir. Eu não sou CAPAZ. Quando recebemos uma responsabilidade ou um título logo pensamos que não merecemos, que existem pessoas mais capazes do que nós para tomar a frente daquilo. Pensamos: Por que eu? Logo eu?

Sabe, Deus sabe de todas as coisas. Ele sabe que você não é capaz, Ele sabe que você sozinho não consegue e é por isso que ELE ESTÁ COM VOCÊ! Ele está te capacitando. Ele está te ajudando. Você realmente não é capaz, mas Ele é e se Ele está com você então você é capaz. Deus não é um ser perdedor, Deus nunca falha e se Ele te deus essa responsabilidade é porque Ele viu algo especial em você.

Pare de dizer que você não pode, que você não é capaz. Como eu ja disse Deus sabe de todas as coisas!  

E lembre-se: sua cruz nunca sera mais pesada do que você possa aguentar.

Marina – Capítulo 8

 

Acordei com o telefone tocando. Era meu médico pedindo para ir até o hospital. No dia seguinte fui . Novos exames foram realizados, muitas perguntas foram feitas. Minha mãe sempre do meu lado… e eu não falava com ela.

Felipe ligava de hora em hora.

A cirurgia foi marcada para dois dias depois. Tudo muito rápido…acho que eu estava morrendo…

Na sexta-feira lá estava eu de novo dentro do hospital. Agora para a grande cirurgia. Eu até que estava com esperanças.

Uma enfermeira loira veio até mim, deu um sorriso e pediu que eu tirasse toda roupa. Me deu um roupão branco com emblema do hospital. Fui até o banheiro e me arrumei.

Dois enfermeiros me fizeram deitar em uma maca com rodinhas, colocaram uma touca em minha cabeça e uma agulha em meu braço, já me preparando para a anestesia.

Na sala tinha muitas luzes, muitos aparelhos. Meus olhos estavam doendo, o medo tomou conta do meu ser. Pra onde minha alma iria? Eu não estava preparada para morrer. Será que Deus podia ouvir a minha voz? Será que Ele se lembrava de mim? Ou nem me conhecia mais… sentia uma mistura de medo com revolta.

O anestesista chegou, estava com um touca verde e uma máscara, nem vi o rosto dele.

Muita gente na sala… meu médico mesmo não estava lá. Minha mãe ficou do lado de fora, não deixaram ela entrar. Eu estava sozinha…somente eu e meus pensamentos… acho que nem Deus estava comigo, mas eu sentia a presença dos demônios, eles estavam bem perto e queriam me devorar, só estavam esperando o momento, estava com medo de morrer, muito medo de morrer…

Um líquido foi colocado por aquela agulha que estava em meu braço. Senti ele subindo em minhas veias…o medo aumentava cada vez mais…meu coração disparou. As luzes começaram a escurecer, o sono veio e não consegui mais segurar…adormeci…

 

Sete horas se passaram e eu acordei. Eles estavam fechando a cirurgia com pontos. Senti o médico me costurando. Ponto a ponto. A anestesia havia acabado e eu acordei antes do tempo. Um alívio…estava viva. Ouvi pessoas conversando, minha mente não estava conseguindo discernir as palavras. Eu ainda estava sob efeito dos remédios, mas os demônios continuavam ali… do meu lado. Vi um como vulto preto, cheiro de podre, calor…meu coração novamente disparou. O desespero tomou conta de mim. Não conseguia falar, não conseguia gritar, meu corpo ainda não respondia, só meu coração disparava…

Um tempo depois me levaram para um quarto. Sete demônios ao redor da minha cama, eu os contei. Ainda não conseguia me mover, fiquei assim por umas quatro horas. Apenas soro era meu alimento. Eu ficava olhando o teto do quarto. Tinha algumas rachaduras, as lâmpadas eram grandes e bem claras. Uma delas estava queimada, tinha oito ao total mas somente sete estavam acessas. Eu sentia frio, uma das janelas estava aberta. Fiquei em um quarto junto com outra menina, também vítima do câncer. Ela já estava na segunda cirurgia, o mesmo caso que o meu, câncer no intestino. Eu não estava vendo ela, porque não conseguia me mexer mas sabia que estava sentindo dores. Ela gemia o tempo todo, e dizia que não aguentava mais.

Ela xingava muito, falava palavrões e estava revoltada. Vi outros demônios ao seu redor, eles riam muito e parecia que estavam esperando por sua alma. A mãe dela estava perto, sofrendo junto.

Minha mãe chegou e me deu um beijo. Passou as mãos pelos meus cabelos. Quando ela chegou perto de mim, senti paz… eles saíram, foram embora. Ela viu que eu estava com frio e fechou a janela. Tinha um cobertor aos meus pés, ela me cobriu. Consegui me aquecer.

A noite foi longa. Toda hora tinha uma enfermeira me aplicando remédio. Eu achava bom porque assim não iria sentir dor, mas ficava com a cabeça pesada e parecia que tinha um zum zum no meu ouvido, eu me sentia dopada o tempo todo, meus olhos não conseguiam fixar em nada, eu não tinha controle sob o meu corpo. O desespero começou tomar conta de mim, queria ir para casa, queria estar bem, queria somente queria, mas eu não podia… comecei a chorar, as lágrimas caíam no travesseiro e nem limpar meu rosto eu tive condições…que ponto cheguei…

 

Continua…

 

Autora: Meuri Luiza

Marina – Capítulo 7


Fui para meu quarto e lá estava uma camiseta em cima da minha cama.

Voltei para a cozinha e gritei com minha mãe.

– Você pensa que sou boba? Acha que não sei o que essa camiseta está fazendo na minha cama? Eu não vou vesti-la, nem por bem e nem por mal.

Em um ataque de fúria joguei-a no lixo.

Novamente minha mãe não abriu a boca. Isso me deixava louca, eu queria brigar com ela, mas em nenhum momento tive chance…

Quinze dias se passaram, eu e Felipe nos entendíamos muito bem, exceto em uma coisa. Várias vezes ele queria avançar o sinal, mas eu ainda não estava pronta. Ele dizia que iria terminar comigo, porque eu não dava provas do meu amor, mas ele não entendia que eu deveria estar preparada para aquele momento. Não queria que fosse de qualquer forma, queria algo especial, algo que de fato me fizesse sonhar para sempre. Eu amava meu namorado, mas ainda não estava pronta. Faltava pouco tempo para nosso casamento. Já era para ter me casado, mas como não queria mais casar na igreja, optamos por uma chácara. Por esse motivo tivemos que esperar mais um mês, porque estava ocupada. Eu amava o Felipe e queria muito viver para o resto da minha vida com ele.

Naquela semana fui apresentada a cocaína. Tato era viciado e me trouxe um pouco. Ele fez uma carreira na mesa da sala de sua casa e com um cartão de crédito acertou os lados. Ele enrolou um pedaço de papel e colocou entre suas narinas e a coca, aspirou, fez cara de quem iria espirrar e sorriu.

– Agora você.

Pensei por um instante se valeria a pena arriscar, eu não tinha nada a perder. Peguei o papel, enrolei, coloquei em meu nariz e aspirei o pó… nem me preocupei se o Felipe iria ficar bravo comigo, eu já era maior de idade.

Que sensação… nunca havia sentido aquilo…

– Quero mais !

Ele deixou eu cheirar novamente. Meu coração disparou, fiquei eufórica, a sensação de bem estar… eu estava ótima… me sentindo a tal!

Me sentei no sofá e fiquei olhando para o nada da parede branca. Vi monstros subindo e descendo. Eles olhavam para mim e davam gargalhadas. Eram monstros horrorosos. Tive medo…

Tato disse que se eu quisesse mais teria que comprar. Pensei que não seria necessário, mas durante a noite senti vontade, meu corpo pedia aquela sensação.

3:20 da manhã, não aguentava mais. Liguei para o Tato.

– Pelo amor de Deus consegue mais para mim.

– Preciso de dinheiro vivo.

– Minha mãe não vai me dar, empresta para mim depois eu te pago. Estou sem nada agora.

– Você não trabalha?

– Deixei de ir para a loja já tem um tempinho. Acho que já estou demitida de lá. Me empresta, eu devolvo. Assim que eles depositarem na minha conta eu te devolvo…

– O que você tem para me dar em troca?

Olhei para meu quarto e vi o som. Sem pensar o ofereci.

– Esse som é bom?

-Sim Tato ele é novinho, eu comprei faz dois meses.

– Espera na porta que eu levo a encomenda.

Ele chegou em quarenta minutos. Fiz a troca na porta de minha casa. Subi as escadas muito rápido. Abri o sacolé e despejei o pó na escrivaninha. Com um cartão arrumei a carreira. Fiz um rolinho de papel e aspirei… que sensação maravilhosa! Como eu não conheci isso antes… sei que quando quiser eu paro, tenho controle sobre mim…

Apaguei a luz do meu quarto e sentei no chão… demônios apareceram para mim. Muitos demônios. Eles me rodearam e me fizeram medo. Havia o cheiro de podre no ar. Fechei os olhos…senti eles me tocando. Ficaram batendo na minha perna. Eu dizia para parar, mas eles não paravam. Quando abri os olhos não vi ninguém.

Deitei em minha cama, cobri minha cabeça com o lençol. Comecei a suar, meu coração disparou… um deles disse bem perto do meu ouvido que voltaria para me buscar… não dormi naquela noite…

Resolvi falar com o Felipe, perguntei se essa sensação era real ou era coisa da minha cabeça. Ele disse que cada um tem um tipo de reação. Ele ficou surpreso em me ver usando, mas não questionou.

Perguntei se ele já usou isso antes de ser obreiro.

Ele me respondeu rindo:

– Antes de te conhecer eu nunca havia ido na igreja, só falei aquilo porque queria você. Sei que é a mulher da minha vida e não posso te perder.

Desfaleci naquele momento. Fiquei pálida e sem chão. Felipe havia mentido para mim. Foi como se uma faca tivesse sido enfiada dentro do meu peito. Pedi para me levar para casa. Entrei no meu quarto e chorei a noite toda.

Em dois meses eu fiz o que nunca fiz em minha vida toda. De tudo fiz um pouco, faltou apenas me prostituir, mas isso não aconteceu porque não estava preparada para o momento, porque se estivesse com certeza teria me entregado para Felipe.

Continua…

Autora: Meuri Luiza

Marina – Capítulo 6

No outro dia minha cabeça doía muito. Me levantei por volta das 14:00 horas, minha mãe não estava em casa, estava na igreja evangelizando. Esse era o horário que eu sempre saía para entregar jornais e falar de Jesus…- Eu não consigo falar com Ele. Dá a impressão que não tenho mais perdão, que para mim não tem mais jeito.

Fui até o armário e peguei um analgésico para minha terrível dor de cabeça. Vi vários tipos de remédios tive vontade de tomar todos. Senti um desejo enorme de me matar…

Uma voz dizia muito sutil no meu ouvido que eu não tinha mais salvação, se eu me matasse aquela angustia sairia e eu seria feliz. Minha dor iria acabar no exato momento que eu morresse…

Peguei uma cartela de remédio para emagrecer que já estava lá no armário há muito tempo, uns dez comprimidos para dor de cabeça e água sanitária. Com uma colher despedacei um a um, até vivarem pó. Misturei todos eles em um copo e adicionei água sanitária. Sentei na janela do meu quarto que dava de frente para um canteiro muito lindo com flores do campo que minha mãe pediu para o jardineiro plantar. Fiquei com aquele copo nas minhas mãos… a cada segundo a voz falava mais alto para eu beber pois minha vida seria outra, meus problemas acabariam, mas eu tinha medo, muito medo… nem sei de que eu tinha medo, mas estava completamente aterrorizada com aquela situação.

Meu coração estava tomado pelo ódio, a mágoa de Deus era muito grande. Como Ele pode fazer isso comigo? O que eu fiz para me crucificar dessa forma?

Andei de um lado para o outro do meu quarto e estava decidida a beber o veneno quando o telefone tocou. Levei um susto tão grande que o copo se despedaçou no chão… Era Felipe, disse que queria que eu conhecesse alguém.

Muito bem, pedi que entrasse. Na sala de casa ele me apresentou alguns colegas. Pessoas estranhas porém muito legais. Ana, Paula, Nenê, Tato, Carol e Bia. Fizemos pipoca e assistimos um filme. Eles haviam passado em uma locadora e o alugaram. O vazio continuava dentro de mim, mas a presença deles me fazia rir um pouco.

– Tem cerveja? Me perguntou Felipe.

-Não.

– Eu disse que aqui não tem isso. O povo é muito careta.

– Marina você tem que aprender viver. A vida que você leva é muito chata. Depois do filme vou te mostrar algo muito manero.

– Paula , eu gostaria de ficar em casa, estou cansada.Todos deram gargalhadas e Felipe disse que era para eu ir senão eu seria a namorada mais chata que ele já teve.

Eu não queria ser a namorada chata do Felipe, então subi para meu quarto e me arrumei.

Ana subiu depois e quando me viu com uma calça jeans e uma camiseta rosa com flores disse que eu não sabia me vestir. Abriu meu armário e tirou um calça de sarja branca. Perguntou onde tinha uma tesoura e a cortou, fez uma dobra na barra para não precisar costurar. Sim ela cortou minha calça nova de sarja e fez um shorts curto. Eu nunca havia saído com shorts, mas quando o coloquei me senti bem. Parecia que aquele era o meu mundo agora. Pegamos então uma regata ( que eu costumava usar por baixo de outras blusas), um tamanco de salto alto e muitas bijuterias. Ela fez um rabo de cavalo em meus cabelos castanhos escuros, pintou meus olhos de preto e me fez olhar no espelho.

– Incrível ! Estou muito bonita ! Amei a produção. De agora em diante vou me vestir assim.

Quando desci as escadas, Felipe ficou maravilhado.

– Uau!!! Que gata !!! Essa é a Marina que eu gosto.

Senti uma mistura de remorso com desejo de conhecer esse mundo novo.

Nessa tarde fomos para um shopping. Assistimos outro filme e depois entramos em uma lanchonete. Tinha música ao vivo e muita bebida. Eu não queria sentir dores de cabeça novamente, por isso disse que não iria beber nada de álcool, queria apenas um suco.Novamente muitas gargalhadas… fiquei tão constrangida que pedi a mesma coisa que todos, cerveja, muita cerveja…

Eu não sabia mas Felipe fumava. O cheiro da fumaça do seu cigarro e de todos ali em volta me fez tossir muito, eu ficava sem ar a todo momento… eu nunca vi meu pai fumar, em minha casa nunca entrou cigarro ou bebidas alcoólicas…

Uma semana se passou e eu não me reconhecia mais, nem por um momento me lembrava que um dia fora de Deus.

Deixei de falar com minha mãe, estava muito revoltada com tudo e não queria amizade de ninguém daquela casa, apenas dos meus amigos.

Abri meu email e vi a foto linda de uma rosa amarela. Felipe estava me convidando para sair, eu só não entendi o que tinha haver com a rosa.

– Quero te apresentar ao maior desenhista que já conheci.

– Você tem amigo desenhista? Que tipo de desenho ele faz?

– Você vai amar !!!

Felipe me levou com seu carro até uma loja muito colorida. Era a loja do Dudau. É um apelido esquisito, todos o conhecem assim, mas o seu verdadeiro nome é Claudemir. Ele é um excelente tatuador.- O que estamos fazendo aqui?

– Vou fazer uma tatoo, queria que me acompanhasse.

– Tudo bem, fico aqui ao seu lado.

– Você não entendeu… quero que faça uma rosa amarela em seu pulso, vai ficar lindo…

– Eu? Nunca pensei em fazer isso…mas confesso que estou tentada em colorir meu corpo.

Pensei um pouco, olhei outros desenhos, fiquei indecisa por um momento.

– Pronto, já decidi.- E aí, qual vai ser?

– Quero a rosa amarela, vai ficar linda mesmo…

Naquela tarde eu apareci em casa de shorts, camiseta decotada, maquiagem escura e tatoo. Minha mãe quase enfartou, percebi isso no seu olhar, porém nenhuma palavra saiu de sua boca…

Continua…

 

Autora: 

Versículo da semana!

“Bendito o homen que confia no Senhor. Porque ele é como árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua olha fica verde; e, no ano de sequidão não se perturba, nem deixa de dar fruto.”                                

Jeremias 17: 7;8

 

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Confie sempre em Deus. Para que quando o tempo de sequidão chegar você esteja firme e forte!

Marina – Capítulo 5

 

 

– Infelizmente sim, você deverá começar a quimioterapia, mas antes vamos fazer mais alguns exames para realizar uma cirurgia que é

o tratamento primário para o câncer de intestino, retirando a parte afetada. Após a cirurgia, a quimioterapia é utilizada para diminuir a possibilidade da volta do tumor. Quando a doença já está espalhada pelo corpo ( fígado, pulmão ou outros órgãos), novos medicamentos impedem a progressão do tumor e possibilitam aos pacientes viver por mais tempo, com qualidade de vida. Felizmente você está no início da doença por isso as chances são grandes de recuperação.

– Que qualidade de vida uma pessoa com câncer pode ter?

Eu sempre fui muito usada por Deus e agora estou nessa situação. Liguei para minha mãe assim que saí da sala do médico. Chorei muito no saguão do hospital. Não tinha condições de dirigir. Minha mãe, coitada, veio de taxi e me acompanhou até em casa.

Fui para meu quarto e fechei a porta, ali eu chorei copiosamente porque não queria morrer. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.

Minha mãe ligou para o Felipe, que de imediato veio para minha casa.

Eu ainda estava no quarto quando ele entrou, sentou-se em minha cama junto com minha mãe e me abraçou. Continuei a chorar. Eu não tinha fé para ser curada. Não sei o que aconteceu comigo. Deixei de acreditar em Deus e nem sei quando isso aconteceu. Meu mundo desmoronou, minha mente ficou vazia, não sentia mais o meu corpo. Um sentimento de revolta e ódio tomou conta do meu ser. Como Deus poderia deixar isso acontecer comigo sendo que sempre fiz a Obra Dele?

 

Felipe ficou revoltado. A todo momento me perguntava como Deus pode fazer isso comigo, afinal eu era fiel a Ele!

Eu já estava com meu coração tomado pelo ódio. Felipe me disse:

–       Vou te ensinar a viver…

–       Como assim? Eu vou morrer…

–       Não vai não ! Eu prometo. Você vai conhecer o outro lado do mundo. O meu mundo, aquele que eu vivo e conheço, sei que vai gostar muito.

Naquela noite ele me levou para conhecer uma balada. Foi massa! Eu amei. Muitas luzes, achei super legal. Nunca tinha bebido nada de álcool… nessa noite eu bebi, achei muito, muito 10! Por alguns minutos eu esqueci que iria morrer.

As luzes da danceteria estavam apagadas, apenas os refletores com luzes azuis e vermelhas estavam reluzindo em direção ao centro do salão. A música era eletrônica e muitíssimo alta. Pedi ao barman um drink. Um copo alto com muito gelo, os copos dessa balada são bonitos, esse tinha detalhes, ficava mais fácil de segurá-lo, assim com a mão suada não haveria perigo de escorregar. Eu estava muito suada, dancei além da conta. Nem sabia dançar quando cheguei, mas o Felipe me ensinou. O experiente barman começou a fazer sua demonstração, fiquei lá, bem pertinho vendo tudo.  Estava hipnotizada com ele, é simplesmente maravilhoso. Pegou uma garrafa com rótulo branco e começou a girar em volta de sua cabeça, fazia caras e bocas. Uma outra transparente, pinga em outra mão, fazendo as duas rodarem em volta de seu corpo. O mais impressionante é que nenhuma delas foi ao chão.

 

Deixou as duas garrafas em suas mãos e em uma altura de uns 50cm as deitou de forma que o líquido caísse no copo ordenadamente. Deixou encher até o meio do grande copo, puxou as garrafas tão rapidamente que não consegui ver a bebida parar de entrar no copo…impressionante sua habilidade. Eu estava amando aquele lugar. Queria voltar mais vezes, assim poderia beber e esquecer meus problemas. Felipe sabia viver…

 

Muito gelo foi colocado em outros dois copos, agora azuis, um se encaixava no outro. Ele fez uma graça sambando como se fosse possível ouvir o barulho das pedras batendo nas paredes do copo, com a altura da música era impossível, mas a sensação de saber que isso estava acontecendo ele conseguiu. Separou os copos azuis e adicionou uma bebida vermelha. Eu queria aprender dançar o samba naquela noite.

Felipe me deu um sorriso, retribui com outro, pois estava vivendo a vida agora. Já que vou morrer que eu morra feliz.

Sua apresentação continuou. Equilibrou uma garrafa pequena em seu braço direito, no esquerdo havia outro copo. As vezes eu olhava para ele, outras vezes prestava atenção no movimento. Muita gente estava dentro daquele local pequeno. O cheiro do cigarro me deu um pouco de enjoo, mas logo me acostumei. Felipe pegou o drink para mim, sentamos em um sofá perto da porta. Ele me beijou como nunca antes. Eu estava apaixonada e querendo curtir a vida. Felipe estava me ensinando. Nem me preocupei com o que minha mãe iria falar, sua opinião já não me importava.

Fui até o banheiro, vi uma menina cheirando cocaína. Na hora tive vontade de experimentar, mas tive a sensação de que alguém estava me olhando. Senti medo, parecia que muitos olhares estavam sobre mim. Me olhei no espelho, minha maquiagem estava borrada. Uma garota de minissaia me ofereceu batom. Vermelho sangue, sim o batom era vermelho sangue. Agradeci e aceitei. Quando usei-o em minha boca, não me reconheci. Senti um vazio tão grande dentro de mim que parecia com um abismo sem fim. Tive a impressão de que Deus estava me olhando… parecia que Ele estava pesando seu olhar sobre minha cabeça. Fiquei mais revoltada ainda. Corri para o centro do salão e diante daquela música terrivelmente alta eu gritei:

– Não tenho medo de você! Eu não acredito em você! Eu te servi e agora tenho câncer! Não preciso de você em minha vida!

Felipe chegou perto de mim, me abraçou e dançamos a noite toda. Eu já estava muito bêbada quando voltei para casa…

 

Continua…

Autora: Meuri Luiza

Marina – Capítulo 4

 

Dois meses antes do meu casamento fiz os exames pré nupcial, já era para ter feito , mas não tive tempo, Deus sabia disso, eu trabalhava muito. Deus sabe de tudo e entende… ( era que eu achava)

Aparentemente eu estava bem, sentia algumas dores abdominais mas isso era porque não estava me alimentando no horário correto. Deveria ser gases como dizia minha avó, meu intestino era preso e eu sofria com isso.

Fui até o hospital e esperei o horário da minha consulta, seria muito rápido, era apenas para a doutora ler os meus exames. Fiquei ali, sentada perto da recepção. O hospital era particular, muita gente passando de um lado para o outro. Tinha um aparelho de televisão bem na minha frente, passava o noticiário. Uma senhora com a criança chorando o tempo todo do meu lado, um jovem com a perna quebrada esperando atendimento do seu retorno, sim porque o gesso estava todo escrito e com desenhos, então deveria ser o dia de tirá-lo. Havia uma mulher grávida, estava bem, poderia ser apenas o pré-natal. Não era hora de visitas, então as pessoas que estavam no local era para serem atendidas. Tinha um bebedouro perto da porta de entrada, eu estava com sede, caminhei calmamente até ele e me saciei.

Uma placa com sinal de proibido fumar perto da segunda porta de entrada, e outra com uma enfermeira fazendo sinal de silêncio. O chão cinza claro estava limpo, a faxineira acabara de passar com um enorme aparelho limpando. O cheiro de éter estava forte, me senti mal.  As paredes eram verde erva doce, dizem que essa cor acalma as pessoas. Do lado de fora da grande janela, tinha um jardim com plantas grandes e verdes, um senhor fazia o serviço de jardinagem, mexia com tanto carinho nas plantas e as podava, dava a impressão que conversava e conhecia cada uma. As folhas estavam vistosas e brilhantes, quando ele jogou água com uma mangueira grande dava a sensação de estar vendo o arco íris.

Vi um pai segurando sua filha, ela estava com febre, o rostinho todo vermelho. Dormia segura no colo dele. Nesse momento minha médica me chamou na sala para conversarmos. Caminhei calmamente até ela. Me pediu para sentar. Fez muitas perguntas e eu não estava entendendo nada.

– Minha querida quero repetir os exames para não diagnosticar erroneamente.

– Tem algo de errado comigo doutora?

– No seu exame consta uma anomalia que quero verificar.

Ela não me deu mais detalhes, apenas repeti todos os exames. Ficaria pronto em três dias.

Minha mãe também achou estranho, disse para eu ir até a igreja e pedir oração.

– Mãe eu não preciso de ninguém orando por mim, tenho fé, sei que Deus é grande e pode mudar qualquer situação, eu O conheço ! Sei que não tenho nada, além disso tenho que descansar um pouco.

– Marina, minha querida, o nosso coração é enganoso. Não podemos deixar o mal se alimentar e se fortalecer das emoções que ele nos oferece. Se você tem mágoa, rancor, tristezas, malícia dentro do coração, então o mal senta e se apodera de você, pois está dando para ele a fonte de energia. Da mesma forma é com Deus, quando agimos pela razão, fé. Não damos brechas para sermos enganadas.

– Mãe, eu sei bem quem sou, não preciso de orientações.

Saí com muita raiva daquela situação.

O dia do retorno chegou e a doutora Deise olhou novamente os papeis e os examinou cuidadosamente. Respirou fundo e fez uma ligação. Pediu para que eu esperasse no lado de fora.

Já estava ficando impaciente com aquilo, era só me falar o resultado e eu iria embora, tinha as lojas para gerenciar. Era quarta-feira porém como eu estava cansada não iria na minha igreja, precisava descansar, Deus entende…

Ela me chamou de novo em sua sala, sentou-se ao meu lado e segurou a minha mão.

Comecei a ficar preocupada, o seu olhar não era bom.

– Marina minha querida, vou encaminhá-la ao melhor médico que conheço, é meu amigo e sei que ele irá te ajudar.

– Por que?

– Ele irá te explicar melhor. Vamos até lá.

A doutora Deise me levou até sala ao lado e me apresentou ao doutor Tadeu. Um senhor que usava óculos e bigode, estava com um avental branco e era muito calmo no falar. Ele sorriu para mim e pediu que me sentasse. Doutora Deise me deu um beijo e saiu.

Meu coração ficou gelado porque estava tudo estranho, as pessoas estavam estranhas comigo, não estava entendendo nada. Comecei a suar.

– Marina, estou com seus exames nas mãos e a doutora Deise, minha amiga, pediu que de agora em diante te acompanhasse. Você tem plano de saúde e ele cobre todas as despesas.

– Doutor Tadeu, por favor deixe de rodeios e comece a falar o que eu tenho. Não estou entendendo nada.

– Seus exames deram alteração nas células. Isso significa que você está com câncer no intestino, por isso tem dores abdominais tão fortes. Sua perda de peso também é significante.

Fiquei sem fala…

Ele me deu um copo de água…

Me lembrei de uma senhora que uma vez chegou na igreja com câncer, eu orei nela e ela foi curada. Naquele momento eu usei a fé e ela colocou aquela bola de pus para fora. Tinha um cheiro muito forte…  Me lembrei também de um jovem que estava com a mesma doença, mas ele morreu…

– Doutor, tem certeza disso?

Continua…

 

Autora: Meuri Luiza

Marina – Capítulo 3

 

 

Um dia encontrei com aquele homem no centro da cidade, sem pensar passei para o outro lado da calçada. Não queria cumprimenta-lo. Não queria ve-lo, não queria ouvir sua voz, não queria ele perto de mim.

Insisti no namoro e começamos então uma relação séria. Felipe era muito atencioso e cuidadoso comigo.

Comecei a trabalhar para comprar meus móveis para o casamento. Consegui um emprego em uma loja conceituada de sapatos. Eu era a melhor vendedora da loja, como sempre. Em tudo o que eu fazia Deus me abençoava… eu era Dele. A dona da loja me observou e me colocou como gerente, disse que com meu empenho poderia cuidar das outras meninas. Ela nunca viu alguém trabalhar tão bem como eu trabalhava, e seguindo assim poderia cuidar das outras lojas dela quando não estivesse no Brasil. Sim porque ela viajava muito. Era uma mulher muito influente e culta. Trazia novidades lindíssimas para a loja. Tinha cada bolsa maravilhosa que combinava com o cinto e com o sapato. As vezes eu queria comprar tudo. Sempre fui muito econômica e consciente dos meus gastos, mas nesse mês gastei o que não devia. Até minha mãe achou estranho, porque eu nunca ligava para marcas e nem para coisas que combinavam. Eu gostava mesmo era de evangelizar ,de cuidar do povo. Mas sabe como é …Deus sabe que eu tenho que trabalhar e andar muito bem arrumada.

 

Comecei a trabalhar aos domingos pela manhã. Cuidava de duas lojas no shopping. O trabalho era tanto que mal dava tempo de almoçar. Assim sendo deixei de jejuar, Deus também sabia que eu tinha que me alimentar para ficar forte no trabalho. Imaginem uma gerente bem conceituada como eu desmaiar de fome no meio da loja…não ficaria bem. Comecei assistir as reuniões do domingo a noite.

 

Sete meses se passaram, e me sentia triste. Eu não sabia o motivo, mas meu coração estava triste. As coisas do meu casamento estavam prontas, meu vestido era lindo. Foi feito um vestido desenhado por uma estilista amiga minha. Tinha muitas pedrarias. Duas saias de tafetá branco com detalhes em dourado. O véu da cabeça era de quatro metros.  Quis aquele que cobre o rosto. Meu buque era de orquídeas brancas, simplesmente maravilhoso. Comprei um sapato baixo, queria conforto.

No dia da ultima prova do vestido, fui de carro. Eu havia comprado um carro, estava ganhando muito bem. No caminho fiquei ouvindo musicas bem agitadas, parece que me acalmava, eu andava meio nervosa. Deveria ser por causa dos preparativos da festa.

Cheguei na loja e a vendedora me levou direto para a costureira dar os últimos ajustes. Sozinha no provador eu chorei. Não sei porque mas chorei.  Uma dor na minha alma, não consiguia explicar. Sempre fui fiel a Deus, temente a Ele, nunca havia sentido essa dor dentro do meu peito. Não estava entendendo nada, era o dia mais feliz da minha vida e estava triste. ( antigamente o dia mais feliz da minha vida foi quando recebi o Espírito de Deus…)

A costureira fez o ajuste final. Estava tudo pronto. Eu me casaria dentre quatro semanas. Passei na floricultura para ver o restante da decoração. Comprei tudo branco e rosa. Pedi para ser colocado luzes no corredor ao lado do tapete vermelho que seria coberto por pétalas de rosas. Um violinista iria fazer minha entrada com a musica do titanic, era minha musica preferida. Fiquei perto de um ramalhete lindo de flores, me abaixei para sentir o seu perfume, passei as mãos em outras flores, tinha um toque de veludo. Um aperto na minha alma, vontade de chorar, angustia, não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém.

Felipe me ligou, estava me esperando no restaurante. Havíamos combinado de almoçar juntos naquele dia. Me despedi da florista e fui até ele. Era um lugar bem aconchegante, bonito. Como de costume pedi o meu risoto de frutos do mar, ele a carne grelhada com salada. Sempre a mesma coisa. Tomamos suco de caju bem geladinho.

Felipe segurou a minha mão e disse que me amava. Minha voz embargou na hora, eu não consegui dizer o mesmo. Olhei para ele e não senti a mesma coisa que sentia ontem. Parece que estava em dúvidas em relação a minha vida sentimental. Será que não amo mais ele? Será que é correto me casar? Porque sinto um vazio dentro do meu peito? Mas eu sabia que era  Felipe o homem da minha vida. Ele era muito carinhoso e perfeito para mim. Eu estava com uma faca em meu coração e não sabia o motivo.

Comemos a comida e voltei para o trabalho. Nesse dia arrebentei de tanto vender. Tirei o que nunca havia tirado. Em um dia de trabalho vendi o relativo a duas semanas de vendas. Eu era a maior vendedora daquela empresa. A dona me deu uma comissão muito grande. Paguei a festa do meu casamento e ainda sobrou troco para comprar uma bolsa de marca.

Fui para casa, entrei direto no meu quarto, pequei um urso de pelúcia que sempre fica em cima da minha cama e o abracei. Chorei muito. Meus olhos não conseguiam abrir de tão inchados que ficaram. Nem mesmo eu sei porque chorei tanto. Não tinha problemas, eu ganhava muito bem. Minha casa estava pronta, meus móveis todos pagos, minha festa… tudo estava em ordem, mas algo no meu coração duvidava, ardia, tinha alguma coisa dentro de mim que eu não sabia o que era.

Fui até a igreja e trabalhei na reunião. Não saiu virtude de dentro de mim, ninguém me procurou para orientação. Antes, fazia fila para eu atender. Voltei para casa, vazia e angustiada.

Continua…

Autora: Meuri Luiza

Marina – Capítulo 2

Um ano se passou e percebi que ele estava firme nas reuniões, parecia muito mais fortalecido, percebi também que algo diferente estava acontecendo conosco. Acho que eu estava gostando dele e ele de mim.

Relutei com isso e não quis dar trela para esse sentimento, achava que era muito nova ainda para pensar em me casar. Primeiro a faculdade, depois o casamento.

Fomos a uma reunião de jovens, foi muito bacana e proveitosa. Muitas musicas legais, até remix de outras musicas foi feito. Eu achei o máximo. Depois fomos ao shopping com um grupo de amigos tomar um sorvete. Estava passando um filme que eu queria muito ver. Quatro dos nossos amigos quiseram assistir, três deles não. Então nos dividimos. Felipe como sempre a simpatia em pessoa, comprou os ingressos para mim e para ele. Eu quis pipoca com guaraná. Um chocolate de quebra e gomas de mascar. Quando a gente vai para o cinema tem que entrar com tudo de comer. É muito mais gostoso. Já percebeu que a pipoca do cinema tem cheiro e gosto diferente daquelas que a gente faz em casa? Eu também acho. O filme era comédia romântica. No inicio a gente riu muito. Como já disse estávamos em quatro. Dois deles sentaram na fileira da frente, Felipe me puxou para a fileira de trás. Antes de começar o filme ficamos rindo da minha sandália de borracha que reluzia no escuro, era do tipo neon… cor abóbora…

Muito bem, o filme começou. Eu já havia comido o chocolate, bebido o guaraná e estava na metade do pacote combo da pipoca, quando aconteceu o inesperado para mim. Felipe pegou meu rosto e me deu um beijo. Disse bem baixinho no meu ouvido…”estou apaixonado por você… eu te amo mais que tudo, você é a mulher da minha vida, casa comigo”.

Meu coração disparou, meu rosto pegou fogo, minhas mãos suaram, fiquei sem chão, minhas pernas sumiram de mim, eu não sentia mais elas, porém eu gostei do beijo. De imediato não quis continuar…mas gostei do beijo…

E agora? Como vou contar para meu pastor que fui beijada?

Bom ele não precisa saber, afinal eu sou maior de idade e estou bem com Deus. Ele vai entender. Peço perdão em casa e recomeço tudo de novo. Sem problema, foi só um beijo.

Falei com ele que para me namorar teria que falar com o meu pastor e com meus pais.

Claro que ele aceitou. Estava me amando… e eu a ele…

Um pequeno detalhe. Lembra no início do meu relato que eu disse que fazia votos para ter um homem de Deus ao meu lado? Eu acreditei que era ele. Acreditei mesmo!

No dia seguinte fomos falar com minha mãe. Ela não aceitou muito bem, mas como sempre fui muito responsável, ela deixou.

No domingo a noite Felipe procurou o meu pastor. Disse que gostaria de me namorar. O pastor da igreja disse que éramos livres, poderíamos fazer o que quiséssemos, porém não daria certo, aquele relacionamento não era de Deus. Disse que éramos muito diferentes um do outro e que nossos objetivos não eram os mesmos…

O quê?

Porque não daria certo? O que tem de errado eu ficar com Felipe? Fiquei revoltada com aquilo. Sempre fui uma pessoa idônea e correta com Deus, porque eu não poderia ser feliz então? Eu não entendi nada!! Quero e vou namorar com ele sim! O que tem de errado com o Felipe? Ele está se firmando com Deus, eu sei, eu o conheço muito bem!

Aí começou a desgraça na minha vida… o diabo sutilmente entrou no meu coração… ( choro )

Eu fiquei muito chateada, afinal de contas sempre estava a disposição de tudo e agora que estou realmente querendo ser abençoada ele me diz que não é de Deus ! Quem ele pensa que é? Tudo bem que eu decido o que devo fazer. As pessoas apenas nos orientam.

Nem percebi, mas meu coração ficou machucado. Deixei de assistir as reuniões daquele homem e passei assistir de outro pastor. Eu não conseguia entender o que ele falava. Toda vez que eu olhava para ele lembrava de suas palavras,  que Deus tinha alguém especial preparado para mim, que tinha um plano para minha vida, que aquele não era o momento certo. Eu sabia qual era o momento certo e sabia também que era o Felipe! Pronto e acabou!

Continua…

Autora: Méuri Luiza

Marina – Capítulo 1

Entrei na igreja ainda criança, sempre frequentei a escolinha e era uma menina muito usada por Deus. Por tantas vezes na escola que eu frequentava ensinava a professora a respeito do Deus vivo e tantas foram as vezes que ela e outras crianças quiseram me dar o nome para oração.

Incrível como uma criança pode fazer Deus agir na vida das pessoas. Eu falava e todo mundo parava para ouvir. Sempre fui uma benção na vida da minha mãe. Ela sempre teve muito orgulho de mim.

Fui crescendo e minha vida com Deus também. Me tornei obreira. Me lembro como  fosse hoje o dia em que coloquei o meu primeiro uniforme. Minha mãe me ajudou a ajustar minha saia. Lustrou os meus sapatos e fez uma linda trança no meu cabelo. Fui para a igreja muito linda. O Espírito de Deus pairava sobre mim.

Minha primeira reunião de uniforme, foi tão lindo. Via nos olhos de minha mãe a alegria de sua filha estar servindo ao Seu Deus e agora também o meu Deus.

Minha mãe lutou muito por mim. Não tive pai, eles se separaram eu ainda era criança, depois quando tinha 1 ano ele veio a falecer. Bebia e cheirava drogas. Minha mãe foi liberta antes de eu nascer. Graças a Deus por isso. Ela é uma mulher temente a Deus. Se casou novamente quando eu tinha apenas 3 anos, por isso eu considero Mário como pai, chamo de pai, porque ele é um verdadeiro amigo para mim. Ele é convertido e os dois se dão muito bem.

O tempo foi passando e cada vez mais Deus me usava. Quantas pessoas eu trouxe para a igreja. Fazia caravanas para trazer os doentes, os coxos, os leprosos, as prostitutas, os homossexuais… minhas mãos curaram muita gente. Minha palavra dava animo às pessoas, porque Deus falava através de mim. Meu semblante era resplandecente. Sempre queria mais de Deus, pedia em minhas orações a porção dobrada do Espírito de Deus. Sei que eu pertencia à Ele e Ele era comigo.

Eu fazia faculdade de economia, estudava muito, nunca tive um relacionamento. Nunca namorei ninguém, eu queria um homem de Deus para me casar. Queria alguém temente a Deus, porque sabia que com o casamento não poderia brincar. Meus votos eram voltados para isso também, queria alguém preparado por Deus.

Um belo dia, entrei na internet para fazer meu trabalho de economia, eu tinha que entrega-lo na semana seguinte, como sempre fui uma ótima aluna queria adianta-lo. Fiquei durante horas procurando o que escrever naquela folha branca. Eu escrevia e apagava, escrevia e apagava, parece que nada vinha em minha mente. As pesquisas eram muito fracas, eu tinha que tirar uma ótima nota, afinal era a minha reputação no colégio. Eu era conhecida como a menina estudiosa, aquela que todo mundo quer sentar ao lado no dia de prova… para fazer uma colinha, ( risos ) mas sem demagogia eu sempre fui boa nos estudos. Deus estava comigo sempre.

Joguei então a pergunta na internet para ver as respostas. Sim aquela que a gente coloca uma pergunta e muita gente responde. Encontrei várias respostas e a melhor foi de um rapaz que também fazia economia na mesma faculdade que eu, estava dois anos a frente.

Ele foi muito bacana, estava online naquela hora e me respondeu rapidinho. Foi muito objetivo e me ajudou muito. Eu o agradeci e muito simpático disse que sempre que eu precisasse poderia falar com ele. Até me deu o seu endereço de e-mail.

Pensei então que poderia ser uma boa ideia, afinal ele parecia muito inteligente. Não faria mal ter um professor online de vez em quando.

Passou-se um mês e novamente lá estava eu com uma dúvida naquele bendito papel branco em cima da minha mesa. Uma caneta azul e outra vermelha e nada conseguia escrever. Parece que minha mente estava travada em relação a matéria. Lembrei-me do rapaz. Procurei em minha caixa de contatos o endereço dele. Digitei vagarosamente, algo me dizia para procurar o que escrever em outro lugar, afinal eu tinha que fazer o trabalho, mas poderia ver em outros sites. Achei que era o diabo falando no meu ouvido para não falar de Jesus para aquele rapaz.

Resolvi continuar e apertei enter. Pronto, a mensagem foi enviada. Parecia brincadeira, mas ele me respondeu 3 minutos depois. Fiquei impressionada com a rapidez dele. A mensagem dizia:

– Boa noite dona Marina, a senhora precisa dessa reportagem que fala sobre a economia nos EUA, irá lhe dar uma ideia sobre o que seu professor quer.

Meu Deus, que rapaz inteligente e muito simpático.

– Por favor, Sr. Felipe não precisa me chamar de senhora, tenho apenas 18 anos ( risos )

– Muito bem, então não precisa você também me chamar de senhor, porque eu tenho 21 anos.

A conversa foi rápida e ele me passou os dados alarmantes da economia brasileira e de como o governo deseja driblar a mídia para não assustar o povo.

Assim foi durante o ano todo, sempre que precisava escrevia para o Felipe e ele me ajudava. Durante oito meses ele sempre me dando aulas online sem cobrar nada.

Um dia resolvi convidá-lo para vir comigo na igreja. Disse que era obreira e serva de Deus. Ele como sempre muito simpático me falou que achava mesmo que eu deveria ser de  Deus por causa do meu comportamento diferente de outras meninas. Eu era uma pessoa no qual todo homem desejava casar. Uma mulher virtuosa.

Novamente fiquei impressionada, ele conhecia o que era mulher virtuosa. Continuando a conversa me falou que era ex obreiro da igreja e estava lutando para voltar. A oportunidade já estava as portas. É claro que ele demorou um pouco mas foi comigo para a nossa igreja em um domingo a noite.

Felipe é um rapaz muito educado, muito simpático e de uma inteligência incrível. Começou ir comigo toda semana, sempre aos domingos a noite. Eu continuei escrevendo para ele quando tinha dúvidas. Nossa amizade foi se fortalecendo, ele falava a mesma língua que eu nos estudos e por consequência eu queria ajuda-lo, queria que voltasse para Deus.

Continua…

Autora: Méuri Luiza

Novidades!

Gente eu estava lendo umas histórias incríveis que eu vou com certeza compartilhar com vocês. Elas são de uma Mulher de Deus chamada Méuri Luiza. Eu gostei tanto das histórias que vou postá-las aqui.

Não vou dizer que vou postar os capítulos diariamente, ou semalnalmente, mas sim quando eu puder. Espero que vocês gostem, mas que primeiramente espero poder ajuda-las com essas histórias emocionantes!

Essa é a autora:

 

Olá, meu nome é Méuri Luiza. Sempre gostei muito de escrever histórias, acredito que uma boa leitura nos proporciona momentos agradáveis em nossa vida, além de fazer-nos ver o mundo de outra forma. Quantas vezes podemos ir até o outro lado do mundo, conhecer culinárias e culturas diferentes apenas lendo um livro?  Não são histórias reais, nem personagens reais. Serão histórias curtas, contadas em capítulos. Vocês irão rir e também se emocionar com cada detalhe, cada história. Tenho certeza que algo mudará dentro de você.

Obreiras em Foco

 

Tem uma nova série no blog da Dona Tania Rubim – Autora do best seller Escolhidas para o Altar – que eu gostaria que todas as obreiras e jovens que como eu, tem o sonho de servir a Deus como obreira vejam.

É muito bom, ela fala de forma aberta e clara sobre as dificuldades da obra, ensina a ser uma obreira modelo e nos ajuda espiritualmente a nos preparar para a obra.

Não vou postar no blog como fiz com a Série Carater da Mulher de Deus, então se vocês se interessarem então terão de acecessar o blog da dona Tania.

Eu ja comecei a ler e estou adoando! Espero que vocês também gostem!

 

 

Mesmo Sem Entender

Confiando

Confiando

Eu estava escutando essa música-que está logo a seguir- e comecei a refletir.

As vezes é tão, mas tão difícil confiar em Deus. As vezes nada que Ele pede faz sentido. Parece errado aos nossos olhos. Sabe por que? Porque nossos olhos são limitados. Nós não vemos como Deus vê. Deus é tão grande, a visão dEle é tão grande que nossos olhinhos pequenos não conseguem enxergar. Ele sempre sabe o que é certo. Mesmo que nossa vontade seja contrária, segui-Lo é o certo a fazer.

Ele não vai te deixar cair. Ele não vai te colocar em risco. Ele só quer o seu bem, e sabe o que é melhor pra você!

Mesmo que você não entenda, mesmo que seja difícil, mesmo que pareça sem sentido, CONFIE.

Deus sabe de todas as coisas. Só obedeça. Sem questionar, o teu melhor esta por vir. Mesmo que você não entenda Ele está cuidandode você.

Mesmo Sem Entender

Thalles Roberto

Deus, mesmo que eu não consiga entender
E queira tudo do meu jeito
Eu até choro e as vezes até chego a dizer
Por que é que tem que ser tão difícil pra mim
Parece que é difícil só pra mim

Eu sei seus pensamentos são mais altos que os meus
O teu caminho é melhor do que o meu
Tua visão vai além do que eu vejo
O senhor sabe exatamente o que é melhor pra mim
E mesmo que eu não entenda o seu caminho, eu confio

E, Deus, porque sou tão pequenino assim
Vou ficar quetinho aqui em seu colo
Esperando o tempo certo de tudo
Porque eu sei que vais cuidar de mim
E o seu melhor está por vir
Eu sei que é o melhor pra mim, mesmo sem entender.