Antônia – Capítulo 11

Ele disse para colocarmos as mãos no rádio e, com os olhos fechados, determinar a nossa mudança. Eu fiz isso! Sim, eu fiz com toda fé da minha alma.

No término da oração, eu estava leve. Parecia que um peso enorme havia saído de cima das minhas costas. Aquele desejo de me enforcar, como fez meu pai, não estava mais.

Respirei fundo e sorri.

Aquela foi a noite mais deliciosa da minha vida. Eu estava em paz comigo mesma.

Três dias se passaram, e eu sustentava aquela palavra do homem do rádio em meu coração. Não sabia quem era ele, mas sei que houve uma mudança dentro de mim.

Acordei cedo e fui para o trabalho. No horário do almoço, a supervisora chegou com a Cadú. Chamou minha atenção, e fui levada até a sua sala.

Eu estava sendo punida por ter roubado uma foto sem nunca ter visto essa foto.

Vi nos olhos dela o ódio novamente. A supervisora disse que, para o meu bem, me colocaria na solitária por aquela noite.

Eu não entendi nada e fiquei muito revoltada! Briguei com aquele Deus do homem do rádio. Se Ele estava me protegendo, por que me colocaria numa solitária, mesmo sabendo que eu não fiz nada? Mais uma injustiça na minha vida! Eu não aguento mais!!

Passei uma noite, um dia e mais outra noite lá dentro. Sozinha, sem ver ou ouvir ninguém. A comida era colocada em baixo da porta por uma fresta muito pequena, em que  cabia somente a pequena marmita. Mesmo sem entender nada, ainda assim, havia paz dentro de mim.

Na manhã da minha saída da solitária, tive que ficar esperando ordens até o meio dia. Me deixaram ver o que estava acontecendo pela janela, já que eu não oferecia risco para ninguém.

Meu coração estremeceu com as cenas que vi. As presas fizeram uma rebelião. Queimaram colchões e, junto com eles, queimaram sete meninas vivas. O cheiro era insuportável: cheiro de carne queimada, além disso, havia muito sangue no chão. Muita gente foi espancada. O inferno atacou novamente. Acho os demônios passaram por lá…

A menina que me emprestou o rádio foi uma delas, queimada viva. Amarraram as espumas dos colchões em seus corpos e prenderam com tiras de camisetas. Atearam fogo com álcool. Isso tudo aconteceu na madrugada em que eu fui para a solitária… Deus me livrou… Essa seria a grande oportunidade delas me matarem.

Eu ouvi a palavra daquele homem no momento certo. Era para ser meu corpo carbonizado naquele chão!

Médicos escoltados, por policiais fortemente armados, estavam cuidando das vítimas… as que sobraram…

As presas que fizeram isso tudo foram transferidas para outra penitenciária, agora de segurança máxima. Elas eram loucas e possuídas. Sei que dentro delas tem um bom coração, mas existe algo que realmente fala na cabeça delas, porque não é possível um ser humano ser tão ruim assim, ter tanto desejo por sangue. Machadinha foi transferida junto com Cadú. Agora, nem visitas elas poderão receber. Eu queria dar aquele radinho para uma delas, quem sabe a paz entra nelas como entrou em mim.

Meuri Luiza

Antonia – Capítulo 10

Havia uma tatuagem no seu braço direito que ia do ombro até o punho, até hoje eu não consegui distinguir o desenho, parecia demônios e anjos, todos juntos.

Ela parecia assustadora, mas era a única que eu mantinha algum contato. Não perguntei o motivo da sua prisão, sei apenas que não matou ninguém.

Ela ligou o rádio em músicas agitadas – ninguém reclamou.

No dia seguinte, depois do trabalho, voltei para a cela e o radinho estava ligado. Angela, gentilmente, deixou eu mexer nas estações, depois que dei a ela paçoquinha. Aqui é assim, toma lá dá cá. Tudo à base de troca.

Sentei no meu cantinho direito da cela e comecei a rodar o botão preto à procura de algo para ouvir. Umas estavam conversando e outras jogando baralho; naquele momento, eu estava ali sozinha.

Passei várias músicas, mas minha mente não queria ouvir músicas, eu queria algo mais profundo, que preenchesse aquele vazio na minha alma. Ultimamente, estava com vontade de me matar, mesmo trabalhando e ganhando o meu pagamento no final do mês. Eu estava presa, estava sofrendo, nem quando meus pais morreram tive tanta vontade de me matar!

Sabe, tenho sonhado com mortes. Não sei se é porque aqui convivo com pessoas que só falam nisso, mas dentro de mim está fluindo um desejo de morte. Sonho como posso fazer isso. Sonho com cordas amarradas em volta do pescoço, com facas sendo enfiadas na barriga. Essa noite eu sonhei em colocar veneno na comida, dar para as outras meninas e comer também. Às vezes escuto alguém me chamar, fico toda arrepiada. Tenho medo de morrer quando estou dormindo. Minhas companheiras de cela não me aceitam, querem o meu mal.

Sinto uma vontade de morrer como meu pai. Hoje eu entendo o desejo dele de subir naquela árvore e se enforcar… Estou com a mesma vontade. Existe alguém, que fica falando na minha cabeça o tempo todo, que se eu fizer isso vou ter paz. A paz que eu quero, que eu tanto desejo… Diz que vai ser gostoso, que eu não vou sentir dor…Não sei…

Continuo passando as estações a procura de algo que me preencha.

Um homem está falando pausadamente. Paro e ouço. Coloco o rádio no volume baixo e aproximo dos meus ouvidos. A voz dele é mansa…

“Que Deus abençoe a todos abundantemente! Meu amigo e minha amiga, nesse momento, em Nome do meu Deus, do Senhor Jesus, seja liberto de todo o mal que tem afligido o seu coração. Seja liberto de todo sentimento do coração. Eu determino que, nesse momento, haja a proteção do meu Deus em você.”

Ele disse que Jesus ouve a nossa oração quando falamos com fé, crendo, e que Deus não quer que soframos. Ele é real e nos dá autoridade para pisarmos serpentes e escorpiões.

Nessa hora, coloquei minha cabeça para pensar. Se eu estou nesse inferno, então não é da vontade de Deus que isso continue. Não foi Ele quem me colocou aqui. Eu posso fazer uma oração e, crendo na proteção desse Deus apresentado, posso mudar de vida.

Imediatamente fechei meus olhos. Eu não podia me ajoelhar, poderia apanhar por isso. Fiquei imóvel por um momento, desejando ardentemente aquelas palavras maravilhosas de libertação. Finalmente, estava ouvindo algo para mudar a minha vida!

Autora: Meuri Luiza

Deus Me Ama! <3

Mesmo sendo assim,
Pobre pecador, Deus me ama.
Mesmo sendo falho,
Mesmo sem merecer, Deus me ama.

Se estou forte,
Se eu estou de pé Deus me ama.
Se estou fraco,
se eu estou caído Ele não deixa de me amar.

Sem o Seu amor, sem o Seu perdão,
O que seria de mim?
Deus me amou tanto que entregou Seu Filho
Para morrer em meu lugar.

Deus me ama!
E o Seu amor é tão grande, incondicional.
Deus me ama!
e Ele está sempre de braços abertos pra mim.

Thalles Roberto.

Ele está vendo!

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que,  no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”

 1°Corintios 15:58
                                        

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Deus nos honra em tudo que fazemos. Ele está vendo você, está vendo os sacrifícios que você tem feito em prol da Obra dEle. Ele sabe o quanto você renunciou para agradá-Lo.

Ele tem visto as guerras, as lutas, as perseguições. E Ele vai honrar você. Nada que você tem feito será em vão. Tudo tem um propósito. Confie, fique firme, inabalável e você vai ver o quão majestosa será a recompensa por todos esses desertos.

Antonia – Capítulo 9

 

 

Eu não imaginava que uma criança poderia mudar o olhar de uma mulher que tem coragem de matar. Ela ficou medindo a menina em seu corpo e mostrava que estava muito menor na última vez que a viu. Acho que fazia tempo que não via a filhinha. Percebi que naquele momento seu olhar mudou, não parecia a mulher possuída pelo demônio dos outros dias.

Quem sabe ela não seja ruim, mas sim um mal esteja dentro dela. Sim, porque quando dá ordens para matar, seus olhos ficam escuros, seu semblante se transforma, parece realmente possuída por algo maior que ela; mas, com a filha não, ela se mostrou uma mulher frágil e carinhosa com aquele ser tão pequeno e indefeso, que demostrava seu amor sem querer nada em troca, um amor puro, amor de filha e mãe.

Cadú ficou abraçada com a menina por um bom tempo, parecia não querer mais largá-la.

O tempo das visitas é pequeno, mal dá para matar a saudade. Quando tocou o sinal da despedida, Cadú chorou. Beijou a filha mais uma vez e pegou de suas pequenas mãos o galhinho de flor cor de rosa. Realmente, dentro dela, tem um coração. Nem eu acreditaria nisso se não tivesse visto suas lágrimas.

Todos foram embora, e as presas voltaram cada uma para a sua cela, com fotos, desenhos, presentes, comidas, doces… As paredes ficaram enfeitadas com desenhos e frases das crianças.

Outra coisa que é bacana é quando elas recebem pasta dental e desodorante. Realmente é mais fácil a convivência quando o cheiro é menos agressivo.

A noite foi mais tranquila. Pela manhã recebemos a notícia da menina que estava com tosse, era tuberculose e ficou internada. Todas nós tivemos que fazer exames para ver se alguém havia se contaminado.

No dia seguinte fui chamada na sala da supervisora. Todo mundo lá era tratada por senhora. Eu nem sabia o nome das funcionárias, apenas chamava de senhora.

Ela me disse que por causa do meu bom comportamento poderia trabalhar na ala das operárias durante o dia e à noite voltaria para a minha cela. Recebi essa notícia com muita alegria, afinal, eu teria como ganhar um dinheiro e quando saísse poderia me virar nesse mundo de meu Deus.

Me deram um uniforme cinza, uma calça bem larga e uma camiseta. O tênis era branco e sem cadarço.

Fui, então, levada para a sala de máquinas. Eram muitas máquinas de costura enfileiradas, tinha uma cadeira de madeira e linhas ao lado.

A encarregada me chamou e mostrou minha máquina. Fiquei muito feliz, iria iniciar um trabalho digno. Não via a hora do outro dia chegar. Quando acordei, ainda era noite; esperei a hora do portão abrir e a policial vir me buscar.

Meu coração estava feliz!

No trabalho, apenas o barulho das máquinas. Ninguém conversava, todos ficavam atentos a cada detalhe.

Uma funcionária muito educada me chamou e mostrou como deveria ligar e operar a máquina de costura. Me ensinou a colocar a linha na agulha e passar a reta em cada parte das roupas. Perguntei para onde eram as peças, e ela me respondeu que era para uma empresa de uniformes.

Foi um pouco difícil no começo, toda hora eu a chamava para me ajudar e me orientar. Sempre com sorriso, ela me explicava. Havia algo diferente naquela mulher. O espírito dela não era igual ao das presas, era algo suave e muito gostoso de estar perto. Com o tempo descobri que ela fazia parte daquele grupo evangélico que um dia veio nos visitar.

Levei dois dias para pegar o jeito daquela máquina enorme, mas finalmente consegui. Em uma semana, dominei-a e estava cada dia mais animada com o meu novo serviço.

Quando eu voltava para a cela, estava tão cansada que nem sentia mais os pernilongos me picarem. A gente tinha o horário correto da comida, e ela era servida quentinha.

Um mês se passou, e eu estava aprendendo muito, mas em nenhum momento me esquecia da injustiça feita comigo.

 

Novamente era dia de visitas. Eu não trabalhava no domingo. As famílias vieram visitar as detentas. Presentes e comidas, uma alegria para elas. Ângela recebeu um radinho de presente. Pelo que entendi, sua mãe era evangélica, e ela nunca quis saber de ir junto para a igreja. Foi mesmo para o mundo do crime. Ela usava cabelo vermelho-sangue, com pontas amarelas. Tinha sinal de brincos por todo lado. Como na cadeia não pode entrar com eles, teve que tirar, mas as marcas estavam sob seu rosto todo.

 

Continua…

 

Meuri Luiza

Versículo da Semana

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“Então ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras;
Guarda os meus mandamentos e vive, adquire a sabedoria, adquire o conhecimento e não te esqueces das palavras da minha boca, nem delas te apartes.”

                                 Provérbios 4:4 e 5

Antônia – Capítulo 8

Tem mulheres que sofrem a dor da saudade dos filhos. Elas choram escondidas em cima das fotos, dos desenhos que seus bebês fazem. No final da visita tem papel colado por toda parede.

Muitas diminuem a saudade passando os dedos pelos rabiscos feito pelos seus amores.

Uma delas, tem uma linda menina de um ano e meio. A criança está sendo criada pela avó, que é mais pobre que tudo, mora no meio da favela e nem tem leite para dar à pequena. Essa triste e desesperada mãe vende cigarros aqui. O dinheiro que ganha, esconde no colchão e quando sua mãe vem visita-la, entrega em suas mãos o pequeno valor para a compra do alimento da filha.

As vezes penso que a mãe da Mariana só vem visita-la por causa do dinheiro. O olhar dela é frio, não demonstra nenhum amor…

Acredito que ela só está viva aqui nesse inferno, por causa da sua bebê, senão com certeza já teria se matado e saído desse lugar, mesmo que fosse morta.

Teve uma discussão entre elas aqui, isso acontecia todos os dias, mas, dessa vez, elas fizeram o que prometeram. Uma das meninas desafiou a autoridade da Machadinha e, pela manhã, fez a garota beber da própria urina. E disse que da próxima vez ela iria beber da urina das outras presas.

Há outra cujos dentes foram quebrados com socos. Sua boca ficou toda estourada, seus lábios ficaram muito inchados e três dentes jogados no chão.

Aqui se apanha por levantar os olhos, ou nem por isso, se elas não gostam de você lhe matam, é simples.

Eu ainda não sou aceita aqui e nem quero mesmo. Quero sair logo desse inferno. Continuo dormindo no chão, no canto direito da cela. Os pernilongos e percevejos são incontáveis, existem por todo lado. Minha perna está em carne viva de tantas picadas.

Essa noite não consegui dormir. Uma das detentas estava tossindo muito, a menina ardia em febre. Era uma tosse grossa, muito carregada com sangue e pus. Há alguns dias eu reparei que ela não estava se alimentando – também, a comida é horrível – emagreceu bastante e estava muito debilitada. Pela manhã, quando chegou o desjejum, ela não comeu. Seu pão emborrachado foi tragado pela Machadinha. Ela recebeu esse nome porque matou seu companheiro com uma machadinha, esquartejou o corpo dele e colocou no porta malas do carro. Pois é, são com essas pessoas que eu estou compartilhando uma cela… Eu, que não fiz nada. Por isso não aceito essa injustiça comigo!

Passo meus dias sem falar com ninguém, nem ouso levantar meus olhos. Se alguma delas perceber que estou olhando para a sua direção, posso apanhar até morrer.

Chegou domingo, é dia de visitas. Os familiares chegam por volta das 14h para visitar as meninas. Às vezes fico na esperança de aparecer alguém para me visitar… Mas quem? Eu não tenho ninguém. A minha irmã nem sabe que estou aqui, e nem quero que saiba, ela pode ficar preocupada e não quero isso. Outro dia, vieram alguns evangélicos e trouxeram uns livros. Conversaram conosco e deram uma palavra de paz…

Paz, uma palavra tão pequena mas tão importante nesse lugar, porém algo impossível… Queria tanto que eles voltassem…

Geralmente quem visita são mães e filhas. Elas são revistadas, e nem todo tipo de comida pode entrar. Algumas levam sabonetes e shampus, outras chocolates e doces, outras não levam nada, apenas o amor… Isso já é o suficiente para quem vive no inferno.

Reparei que algumas meninas ficam nas celas, como eu, porque não tem ninguém que as visite. As outras ficam no pátio com os seus. Vi uma menina linda, de uns quatro anos, gritar a palavra “mãe”. Ela correu em direção a alguém. Não pude deixar de acompanhar os passos da garotinha a fim de descobrir quem era a sua mãe. Para a minha surpresa, é filha de Cadú, a detenta mais temida da cadeia. Ela é a chefe de alguma coisa lá fora e domina a área de dentro também. Todos a respeitam e a obedecem. Foi ela quem deu ordem para bater até matar a Ana.

 

Meuri Luiza

Meus 21 dias!

Oi genteeee!

Desculpem a minha ausência nos últimos dias. Sei que deveria ter postado mais, principalmente nos 21 Dias do Jejum de Daniel.

Mas hoje estou aqui para contar pra vocês como foram os meus 21 dias!

Ah! Que dias!

Foi incrível! Deus falou tanto comigo, me revelou tantas coisas. E uma dessas coisas vou mostrar a vocês. A um tempinho eu estava lendo uma passagem que fala sobre a sabedoria, fica no primeiro capítulo de Provérbios. Na época eu não tinha entendido o que Deus estava me mostrando, eu lia e relia, sabia que Deus queria me mostrar alguma coisa mas não entendia o que era.

Nesse Jejum Ele usou seu servo e me revelou o que tanto queria me mostrar. Leiam o texto a seguir:

O grito que ninguém ouve.

Meditando neste provérbio, encontrei algo interessante:

“Escutem! A Sabedoria está gritando nas ruas e nas praças. Nos portões das cidades e em todos os lugares onde o povo se reúne, ela está gritando alto, assim: Gente louca! Até quando vocês continuarão nesta loucura? Até quando terão prazer em zombar da sabedoria? Será que nunca aprenderão?” Provérbios 1.20-22

Quer dizer: em todo lugar, em toda situação, há chance de aprender. A sabedoria está ao nosso redor, gritando, tentando chamar nossa atenção. Lições esperando para serem aprendidas, espalhadas por toda parte. Aprendizado, como frutas maduras na beira da estrada, esperando alguém passar e levar.

A sabedoria, neste provérbio, simboliza o próprio Deus (por isso a Bíblia dá o “S” maiúsculo à palavra). É Ele quem quer nos ensinar por meio de toda e qualquer oportunidade, boa e ruim. Não é preciso um QI elevado para entendê-Lo, tampouco uma superespiritualidade. Só é necessário humildade e atenção.

Esta sabedoria, que Deus quer compartilhar conosco, é muito mais valiosa do que conhecimentos adquiridos em livros e universidades. Trata-se de sabedoria para a vida, para conquistar e estabelecer a felicidade – coisas que os sábios deste mundo não conseguem achar. Sabedoria para ter um casamento feliz, viver em paz, mesmo no meio da guerra, desviar-se do mal, vencer a si mesmo, construir uma vida íntegra.

Você também pode adquirir esta sabedoria. Mas, para isso, terá de aprender a sintonizar a Voz de Deus, acima das vozes deste mundo barulhento.

Bispo Renato Cardoso.

Deus é tão perfeito e sabe a hora certe de tudo.

Agora que saber de você!

Como foram os seus 21 Dias?

 

Antonia – Capítulo 7

 

 

Por alguns segundos, minha mente voltou ao passado, me fazendo lembrar os dias em que brincava com minha irmã no milharal… Minha irmã … Tenho que sair daqui para cuidar dela…  inclinei minha cabeça e chorei.

Vi pessoas muito bonitas de terno e gravata passando de um lado para o outro. As mulheres de preto ou de cinza, com seus terninhos apertados e saltos. O perfume delas era muito bom, usavam maquiagem e estavam sempre com muito papel e pastas em baixo do braço. Fiquei com vergonha… A chuva molhou meu cabelo e minha roupa, estava cheirando a cachorro molhado. Eu me sentia e era um lixo.

Sem saber, fiz um movimento para coçar minha perna, e as algemas se apertaram em meu pulso ainda mais. Senti muitas dores, parecia que estava rasgando a minha pele. Tentei falar com uma policial que estava perto, mas ela me mandou calar a boca.

Tive vontade de chorar…Eu estava sendo desprezada, humilhada, não tinha ninguém, estava com fome, suja… Eu era sozinha… Não resisti e chorei. Havia uma vazio muito grande dentro de mim. O desespero é imenso. A humilhação que uma presa passa é muito grande.

Naquele dia, o policial não me deixou falar nada, tudo o que parecia não era. Nunca trafiquei, nunca roubei, nunca me prostituí. Eu só queria lavar o vidro dos carros para ganhar uns trocados e comer…

Alguém chamou o meu nome. Fui puxada pela camiseta e levada até uma sala. Me tratavam como um bicho.

Tudo muito bonito, móveis escuros e grandes. Dois policiais armados entraram comigo, um de cada lado. Uma juíza mandou eu me sentar. As algemas doíam tanto que tive que pedir:

– Senhora, pelo amor de Deus, dá para afrouxar um pouco essa algema? Eu estou morrendo de dor.

Ela balançou a cabeça autorizando. Quanto alívio em meus punhos, mas isso não impediu que eu sentisse o sangue correndo pelas minhas mãos.

Muitas perguntas foram feitas, inclusive sobre a minha família. A doutora achou estranho eu não ter documentos, achou que eu estava mentindo, mas expliquei que de onde eu vim isso não existia:

–  A gente, lá no sertão, não tem documento para nada, tudo é feito por base de confiança na palavra da pessoa. Além disso, quando meus pais morreram, eu era pequena, e não haviam me registrado no cartório por ser muito longe, nem a minha irmã tem registro.

Ela me ouviu atentamente, escreveu algo em um papel e me mandou sair da sala. Chamou outro nome, e assim por diante. Todas nós fomos atendidas. Eu até tentei dizer minha idade, mas acho que ela não acreditou. Devido o trabalho no sertão, nossa pele fica grossa de tanto sol e nossa aparência é muito mais velha do que somos…

Por volta das 15h, voltamos para o presídio. Voltei para a cela. O horário do almoço já havia passado e ninguém pegou a minha marmita. Mais uma vez me senti um lixo e sozinha. Fiquei com fome até a noite, quando chegou o mingau de arroz. Eu nem senti o gosto ruim dele, queria mesmo acabar com a minha fome.

Aqui na cadeia tem gente de todo tipo. Mulheres que mataram seus familiares ou alguém desconhecido; que roubaram; traficaram; e outras são um tal de 171. Aqui tem gente muito ruim, que quer, a todo momento, derramar sangue. Parece que elas procuram briga para fazer guerras. Os palavrões são todo tempo, os xingamentos e mentiras são inúmeros. Aqui dentro, o diabo reina, é o senhor dessas meninas.

Uma delas é chefe de alguma coisa no morro. Ela dá ordem daqui de dentro e a pessoa lá fora é morta. Eu não entendo como alguém que está presa em uma cela pode dar ordens aqui e outras pessoas lá fora executarem. É incrível! Uma palavra dela aqui move o mundo de lá…

 

Continua

Autora: Meuri Luiza

Olhe pra si!

Eu estava lendo os posts antigos do blog e achei um que eu gosto muito de ler, afinal nós temos que nos analisar.

O post fala sobre como nossos erros sempre tem uma desculpa, mas se o outro erra…ah ele é errado, não tem desculpa para isso! Leiam depois: Defeitos? Não, eu não tenho!

[…] Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos […]

2° Coríntios 13:5

Não esqueça que você é tão falho quanto aquela pessoa que você está criticando!

 

Antonia – Capítulo 6

 

 

Uma é diferente da outra. Marta foi presa por porte de armas e homicídio. Ângela e mais quatro delas, porque estavam traficando. A loira, que não sei o nome, matou o filho e nem se lembra. Depois ficou chorando sobre o corpo dele. Ana Claudia decapitou o marido. Ela disse que ele estava traindo-a com a vizinha. Sua vontade era de matar a vizinha também, mas a polícia chegou na hora e a prendeu. Todas estavam esperando por julgamento. Nenhuma mostrava arrependimento.

Eu queria entender porque estava lá. Não havia motivos. Eu estava trabalhando na hora que a polícia chegou, mas eles não acreditaram em mim. Talvez, também, porque não tenho documentos… Minha pele é queimada do sol e tenho aparência muito mais velha do que sou.

A saudade de casa é muito grande. O sonho de ser alguém com o tempo vai sumindo de dentro da gente. Não há perspectiva de mudança. Não existe uma luz no fim do túnel. Para quem é detento, não há mais chance de felicidade… pelo menos é o que a gente pensa aqui dentro.

Cada uma tem uma história diferente. É um lugar de muita dor e muito frio. Há relatos de mulheres que mataram e nem sabem que o fizeram. Disseram que quando deram por si, havia um corpo ensanguentado em sua frente e sua roupa coberta do sangue do cadáver.

Outras querem sair da vida do tráfico, mas não conseguem. Sozinha é muito difícil, acho que é impossível.

Tem uma viciada na cela ao lado. Ela treme muito quando fica sem a cocaína, mas quando consegue a droga delira dizendo estar vendo pessoas que ninguém vê.

Tinha medo de dormir e me matarem. Ficava no canto da cela. Não tinha colchão, dormia sentada no chão. Elas não me aceitaram e me olhavam sempre com ódio, querendo comer o meu fígado. Do jeito que elas eram, podiam até comer mesmo.

No dia seguinte, o almoço novamente foi servido. Desta vez, olhei para o alumínio e reparei no que estava dentro. Um arroz grudento e caroços de feijão seco. Não tinha sabor. Uma delas me relatou que eles juntam todo o resto da comida, lavam novamente e requentam com cebola. Eu achei estranho, mas o gosto não era de comida feita naquele dia… Novamente o pãozinho estava emborrachado.

 

Quatro meses se passaram e eu estava na mesma situação. O desespero começou a tomar conta de mim, porque não tinha  ninguém para telefonar,  ninguém para pedir ajuda, eu não sabia o que fazer…

 

Comecei a usar as roupas do presídio. Um uniforme rosa e cinza. A camiseta era lavada e estendida nas grades. O cheiro forte de suor não saía com água, isso quando a gente conseguia lavar a roupa.

Dentro da cadeia cheira podre. Restos de comida ficam do lado de fora da cela, porque, às vezes, a marmita cai, e a presa fica sem o alimento.

 

Mais duas semanas se passaram e uma policial chamou alguns nomes pela manhã, o meu estava no meio. Disseram que era dia de irmos até o Fórum, não sabia ao certo o que seria isso, só sabia que o meu nome estava lá.

Tomamos banho e colocamos camisetas limpas. Estavam amarrotadas, porém limpas. Ficamos em fila, uma atrás da outra. O dia estava chuvoso, a água descia do céu e molhava o nosso corpo. O tênis era sem cadarço. Não podia usar brincos, correntes, cintos, anéis ou relógios. Se bem que eu não tinha nada disso. Então, não fez nenhuma diferença para mim. Uma policial nos revistou. É deprimente o jeito que colocam as mãos na gente… dá para perceber a raiva que elas têm das presas.

Enfim, subimos em um caminhão todo fechado e cheio de pernilongos. Não havia janelas, o lugar era escuro e muito, muito abafado. Era dividido por uma chapa de metal e possuía um banco com capacidade para oito pessoas. Cinco meninas ficaram em pé. O motorista parecia que estava tirando o pai da forca de tanto que corria, e o barulho da sirene era ensurdecedor.

Não dava para ficar parada em um só lugar de tanto que o caminhão ia pra lá e pra cá. Saí dele com muito enjoo. Levou mais ou menos uns 20 minutos até o Fórum. Eu não sabia quem era o Fórum, depois percebi que não era gente, e sim um lugar onde o juiz iria conversar conosco. Antes de descermos, a policial nos algemou. Três policiais ficaram nos vigiando com a arma em punho. Uma delas mandou eu colocar as mãos para trás e ateou as algemas em meu braço. Foi apertando até eu dar um gemido, aquilo incomodava muito. Ela riu de mim. Seu hálito tinha cheiro de cravo da índia, tipo aqueles que a minha mãe colocava na canjica…

Que saudade daquele tempo…Eu era feliz e não sabia.

 

Continua…

Meuri Luiza

Oiii*-*

Oi genteee!

Nossa que saudade de escrever! Tem sido tão corrido, trabalho, estudo, deveres, mas não esqueci de vocês. Só peço um pouquinho de paciência. Vou tentar tirar mais tempo para o blog, afinal com jeitinho tudo se resolve rsrs.

Bom gostaria de agradecer o carinho de todos que mandaram e-mails preocupados comigo. Bom estou viva e de volta rsrs.

Hoje quero falar com vocês como tem sido minha vida nesses últimos meses.

Bom devido as circunstâncias, comecei a estudar de noite de trabalhar de dia, o que significa que estou morta rsrs. Mas não deixei de ir a IURD na semana não! Fica mais corrido mas o meu Deus eu não largo por nada.

Como é meu primeiro ano no noturno, eu não conhecia ninguém mas com o passar do tempo já fiz alguns colegas.  E vocês não tem noção de quantas histórias eu ouvi. Vida sentimental é a mais conturbada.

Eu pensei comigo mesma: “Caramba! Olha quanta gente que não conhece Jesus!”

 

Mas sei que estou ali por um propósito de Deus, e sei que Ele é quem está me direcionando.

Boom, por hoje é só, daqui a pouco tem mais um capítulo de Antonia pra vocês. Obrigado a todos que se preocuparam! *-*

Antonia – Capítulo 5

Elas batiam nas grades e faziam muito barulho. Eu não acreditei que alguém teria coragem de fazer isso… Mas fizeram. Dez mulheres em cima dela. Uma baixinha invocada rasgou pedaços da camiseta de Ana e amarrou seus braços e pernas. Ela ficou com as mãos e pés amarrados nas costas. Muitos chutes foram dados em sua barriga, acho que ela estava grávida. Levantaram o rosto dela para trás, puxando seus cabelos, e muitos socos ela levou na boca. Muito sangue era jorrado no chão. Seus olhos ficaram inchados e roxos. Percebi que ela não tinha mais força…Estava morrendo…

Comecei a chorar no canto da parede.

Queria socorrê-la, mas se eu falasse qualquer coisa, com certeza seria a próxima. Quanto desespero! Meu coração não estava aguentando ver tudo aquilo. Eu não conhecia a moça, mas, por pior que ela fosse, ninguém teria o direito de matá-la assim.

Acho que todas estavam acostumadas a ver aquelas cenas. Enquanto umas tomavam sol, outras conversavam sem nem olhar para o centro da quadra. Eu estava no desespero, vendo aquela situação. Me lembrei de minha irmã. Naquele momento, uma policial deu um grito. Com a arma em punho deu voz para todas saírem de perto da quase morta. Atrás dela vieram mais sete policiais homens, todos com as armas em punho.

As presas se afastaram e riram. Os policiais entraram e arrastaram Ana para fora do pátio. Só ouvi o barulho da sirene do carro da polícia. Creio que a levaram para o hospital.

No dia seguinte, recebemos a notícia de que Ana havia morrido. Ela não suportou os ferimentos. Realmente ela estava grávida de três meses e deixou uma filha de sete anos. Coitada da menina. Coitada da Ana! É assim que vivem essas mulheres… sem esperança e sem vida…

 

Trouxeram o nosso almoço. Eu estava com muita fome. Dois dias sem comer. No primeiro dia, as presas da cela comeram minha comida; no segundo, não tivemos alimentação, porque nos castigaram devido ao acontecido com Ana.

Eu nem esperei a comida chegar. Coloquei meus braços para fora da cela e alcancei a minha marmita. Nem precisei de garfo, comi com as próprias mãos, tamanha era a minha fome.

Minhas mãos ficaram fedidas de óleo, minha boca estava amarga, mas meu estomago estava forrado, minha fome passou.

Limpei-me na camiseta velha e rasgada que já estava em meu corpo há três dias. O mau cheiro dela já estava sendo exalado. Eu estava suja. Queria muito tomar um banho, mas a água é racionada e tem um gosto horrível de cloro. À noite eles serviram um mingau de arroz sem açúcar. Estava horroroso, mas eu comi mesmo assim.

Outro dia iniciou-se. Colocaram o café da manhã nas grades. Um saquinho de leite pequeno de 200ml e um pão emborrachado com margarina derretida por causa do calor.

Meu desejo era de escovar os dentes. Meu hálito estava terrível e o meu suor estava pelo corpo todo. Isso foi suficiente para uma delas invocar comigo. O olhar era estranho, parecia não ser humano. Ela se transformou e veio em cima de mim. Uma mulher de 90 kilos me pegou pelo pescoço, levantou meu corpo franzino e me jogou no chão. Com chutes na barriga foi me jogando para perto da parede. Fiquei acuada e sem reação. O medo estava estampado em meu rosto. Comecei a me encolher, tentando me proteger, quando de repente, ela saiu de perto de mim e foi para o outro lado. Ninguém esboçou nenhuma reação. Estavam conversando entre si e ali permaneceram.

Naquela noite eu chorei de tanta dor e não tinha ninguém para me dar remédio e cuidar de mim.

Me lembrei de minha mãe, que um dia, eu com dores de barriga, me  fez um chá. Me colocou em seu colo e fez massagens com suas santas mãos…

Aqui somos sozinhas. Não confiamos em ninguém. Não somos amadas. Até a família de muitas presidiarias, as odeiam e as condenam.

A cela é muito pequena, deve dar mais ou menos cinco passos para a direita e quatro passos para a esquerda. Estávamos em doze meninas…

 

 

Continua…

Antonia – Capítulo 4

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Pela manhã me levantei e fui a procura de emprego. Rodei as ruas até minhas pernas não aguentarem mais, mas não consegui achar nada. Eu não tinha documentos nem carta de referência, e não havia trabalhado em nenhum outro lugar antes. Estava muito difícil!

Os dias se passaram e meu dinheiro acabou. Não consegui trabalho, não enviei nada para a minha irmã, e agora não tinha mais como ficar no albergue.

Implorei para a mulher estranha me deixar ajudar a limpar os quartos em troca de lugar para dormir. Ela gritou comigo, dizendo que sem dinheiro nessa vida não se faz nada.

Naquela noite resolvi limpar os vidros dos carros no semáforo. Havia umas mulheres vendendo drogas ao lado. Não quis ficar perto, não queria confusão. Eu somente soube que eram drogas porque ouvi os comentários e muita gente chegando para comprar. De repente vieram quatro carros de polícia, ninguém teve tempo nem para piscar. Eles cercaram o local e tivemos que ficar deitados no chão. Tentei explicar que eu não tinha nada a ver com aquilo, mas eles não me ouviram. Eu estava com uma roupa velha, chinelo de borracha e cabelo preso com um elástico. Acho que eles pensaram que eu também era traficante. Pediram meus documentos, mas eu não tinha. Onde eu morava não havia documentos, tampouco a gente assinava alguma coisa, tudo era tratado de boca a boca, à base da confiança.

Tentei falar, porém eles não me ouviam.

Fui jogada dentro do porta malas do carro junto com outras duas meninas. Uma morena e outra ruiva. Olhei para as mãos de uma delas, estavam com os dedos escuros – creio que era por causa do cigarro. O olhar delas era de angustia e, ao mesmo tempo, de ódio. Pude sentir a dor delas.

Tinha a certeza de que seria solta naquela mesma noite, afinal, eu não tinha nada a ver com aquilo tudo.

A morena disse que não queria voltar para o inferno. Também não compreendi sua frase, até a manhã seguinte…

Fui lançada em uma cela. Apenas me jogaram lá e não me perguntaram nada…

Meu estômago estava doendo de fome, minha cabeça doía. Uma policial chegou perto das grades e perguntou o meu nome. Respondi Antônia. Pediu os documentos. Disse que não tinha. Perguntou sobre os meus pais, sobre a minha família, onde eu morava. Eu não tinha ninguém, apenas a minha irmã. Ela riu e saiu.

Um homem com uma barriga grande mandou me chamar. Perguntou se eu tinha advogado. Eu nem sabia o que era isso. Perguntou se eu tinha dinheiro para pagar um. Disse que não. Novamente outro riso. Ele chamou outro policial e me colocaram em outra cela; nessa, agora, havia muitas meninas. Eram sete, comigo oito. Não fui aceita lá…

– Garota, aqui quem manda é a gente. Você vai dormir no chão e comer somente o que a gente der. A partir de agora a sua comida é a nossa comida.

Enquanto a loira alta falava daquela forma comigo, as outras seis ficaram com os braços cruzados me olhando com muito ódio. Tive muito medo… me encolhi no canto da cela, coloquei os meus joelhos junto ao meu corpo e tive vontade de morrer…

Eu não havia feito nada, estava trabalhando no semáforo, queria apenas me alimentar e pagar um lugar para dormir…

Eu estava conhecendo o inferno que a menina havia falado na viatura. Eu fui apresentada ao inferno…

Naquele dia, houve uma rebelião na prisão. As presas já haviam combinado como seria. Quando as portas se abriram para tomarmos sol, todas saíram juntas gritando: “Ana é morta!”

Eu fiquei atrás, tive medo de sair, mas uma delas me empurrou com tanta força que caí no chão e machuquei o meu joelho. Olhei para o centro da quadra e uma moça de uns vinte e cinco anos estava estirada  com o rosto no chão. Todas começam a gritar:

– Hora da morte! Hora da morte!

Tem coragem de olhar dentro?

Espelho_da_Vida

Se você é corajoso para ver coisas que nunca viu, prepare-se, a partir de agora você mergulhará no universo chamado…VOCÊ.

Quem nos conhece por dentro é apenas O Senhor Jesus, mesmo que você queira disfarçar sua vida não adianta porque Ele te conhece bem. Não há nada oculto para Ele, nada, Ele sabe de suas intenções, seus pensamentos, o que há em seu mais íntimo, Ele sabe.
Neste momento como você é por dentro?
Se mantém o pensamento que serve Jesus, mas faz coisas erradas,  terá a sensação que esse pecadinho não é nada pelo muito que tem feito para Jesus, acreditando que isso compensa seu erro.
Não se iluda, ou você faz as coisas todas certas ou não, você pode enganar os outros não a Deus!
O cristão não pode dar desculpas de que não sabia…
O Senhor Jesus virá como um ladrão, Ele revelará cada pensamento seu, e seus desejos guardados serão revelados.
Ninguém pode dar desculpas a Jesus se anda por caminhos errados. Quando Deus diz:_”Arrepende-te!” Ele quer dizer:_”Odeie seu pecado, fuja dele, ainda dá tempo”. Remorso não resolve o problema, o que resolve é deixar o pecado.
Preocupada com o destino de sua alma vale lembrar que, enquanto você está no pecado, você está no inferno.
Onde você está agora?

Antonia – Capítulo 3

 

 

Fui para a rede chorar um pouco. Eu tirei a rede do pai e da mãe e troquei por mais duas galinhas há três semanas. Sei que daqui a pouco vou ter que matar as galinhas para a nossa alimentação. Não sei fazer esses animais se multiplicarem, tampouco fazer um plantio de mandioca ou de milho se transformar em uma fonte de renda para a gente. Sou uma menina ainda, não sou adulta!

Muitas responsabilidades foram colocadas em minhas costas antes mesmo de eu ser mulher! Será que ninguém pode me ajudar? Não é necessário ajuda financeira, apenas dar instruções de como pode ser feito…

Há um homem na cidade que é muito inteligente. Sempre que vou trocar leite por feijão, vou até a venda dele. É o único que aceita esse tipo de troca. Outro dia eu pedi a orientação dele. Ele me olhou de cima a baixo e disse umas coisas que não entendi. Só sei que não gostei do seu olhar, achei muito esquisito. Meu pai nunca me olhou daquela forma…

Os anos foram se passando e nossa vida sempre na mesma, ou melhor, piorando cada vez mais.

Eu não poderia deixar a minha irmã passar fome, mas naquele lugar a gente iria morrer. Resolvi, então, fazer uma tentativa. Era a única saída, não tinha outro jeito. Fui até o nosso vizinho, aquele que ajudou a tirar meu pai morto da árvore. Pedi que ficasse cuidando da Márcia, pois eu iria para outro estado tentar a vida. Do jeito que estávamos, não teríamos nenhuma chance de sobrevivência. Essa era a única luz que eu via no fim do túnel. Prometi que enviaria dinheiro para ajudar nas despesas dela. Eu me sentia mais segura deixando-a com uma família. Arrumamos suas coisinhas, tinha pouquíssima roupa e apenas um par de sandálias. Coloquei em duas sacolas e levei-a para casa da Zefa. Meu coração apertou tanto que não contive as lágrimas. Sofri muito ao deixá-la, mas tinha que ser assim.

Pedi ao Seu Dito para vender a casa, mas não tinha documentação nenhuma. Lá, naquele fim de mundo, a gente conversava e fazia negócios à base de palavras. Nossa palavra tinha muito poder e confiança. O dinheiro que ele conseguia era para suprir as despesas da Márcia. Minhas coisas deram apenas em uma sacola. Prendi meu cabelo com um elástico e fui para a estrada, a fim de pegar uma carona. Levou mais ou menos duas horas para passar um caminhão. Fiquei esperando naquele sol ardente que comia a nossa pele. Enfim, a carona chegou.

Um senhor parou e entrei em seu caminhão vermelho, enferrujado, todo coberto de terra e tão quente que mal dava para respirar. Ele era muito simpático, lembrava meu pai… Tenho saudades de meus pais. Eles fazem muita falta. Cheguei à cidade grande. Era grande mesmo.

Pessoas lindas circulando pelas ruas. Havia carros por todo lado. Fiquei um tanto assustada. Não tinha muito dinheiro, apenas duzentos reais para arrumar um lugar para passar a noite e conseguir um emprego. O senhor do caminhão me disse que conhecia um albergue que aceitava meninas, era barato e eu poderia passar a noite lá.

Ele me deixou na porta. Era um lugar feio, todo sujo. Pessoas estranhas passavam por ali, diferentemente do centro da cidade. Tive sorte, havia um quarto vago. A mulher da recepção primeiro quis o pagamento da diária, para depois me deixar entrar. Coloquei a minha sacola dentro de um guarda-roupa de duas portas todo descascado.

A cama era pequena, o colchão duro, porém, não fazia diferença para quem dormia em rede. As paredes eram beges, tinha bolor, toda descascada, não valia o preço que pediam na diária, mas era tudo o que eu tinha. Viajei o dia todo e quando cheguei já era noite; queria descansar um pouco. Naquela noite, antes de desmaiar de tanto sono, chorei… estava me sentindo sozinha e com medo daquela cidade imensa…

 

Continua.

Meuri Luiza

Manutenção de uma Fé FORTE!

 

A fé tem seus segredos. Requer manutenção para estar sempre forte. Aqui vão três hábitos que garantirão a força da sua fé:

Meditar sempre na Palavra de Deus – não apenas ler, mas pensar no que lê. A frequência nas reuniões onde a Palavra é pregada; a meditação especificamente nas promessas de Deus
Manter-se sempre em espírito de oração – onde estiver, sempre manter a mente em Deus; orar para entregar as preocupações e ansiedades a Deus; conhecer a Deus através da oração. Não é um ritual, mas um estado de espírito constanteDesviar-se do mal – ter temor a Deus, fugir do pecado, evitar amizades com pessoas que o levam para o mal, guardar seus olhos de olhar coisas impróprias na Internet, resistir às tentações.
Pratique isso e veja sua fé se fortalecer a cada dia.

 

Fonte: Belas&Guerreiras

Meus Olhos…

Se você tem bons olhos você falará coisas boas e não más, pois você fará o possível para ver o lado bom de todas as pessoas que os erros. falhas delas se tornaram pequenos ao seu ver..
Muitas das vezes na nossa cabeça já criamos maus olhos para com algumas pessoas, por que outra chegou até você e fez a caveira da outra dizendo.. – Não se mete com essa dai não, ela é muito metida…
 
Existem muitas pessoas que fazem isso e mesmo antes de você conhecer a pessoas, você acredita no que falaram dela, ai você já teve maus olhos…

Mas podemos fazer com que isso não aconteça, por que o pensamento pode até vir, mas você pode repreende lo, por que muitas pessoas erram todos os dias, você erra todos os dias,então basta você escolher se vai ver ela com maus olhos de quem errou, falhou, ou se vai ver ela como uma alma tentanto mudar.
“Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Mateus 6:22,23

É só você parar pra pensar e ver como você tem visto as demais pessoas, a obra de Deus e tudo a sua volta e assim perceberá se tem olhos bons e se você esta realmente vivendo na luz…

♥ Quando, por causa do que você ver, ou de um assunto que surgir, der uma vontade de falar algo amargo, não fale! 

♥ Quando receber uma resposta atravessada, ao invés de achar que a pessoa te odeia, pense que ela pode estar muito aflita naquele momento. 

♥ Quando for repreendido pelos seus erros, não interprete como uma injustiça ou perseguição, mas veja onde de fato você errou, e o que pode fazer para mudar. 

♥ Não julgue e nem despreze uma pessoa pelo que falam dela, ou pelo que viu na sua aparência. 

♥ O que mais você pode acrescentar ou excluir para ter bons olhos? Já sabe a resposta? Então faça!

 

Fonte: Belas&Guerreiras

Antonia – Capítulo 2

 

 

Em uma manhã, eu fui pegar algumas mandiocas para cozinhar e comer e vi alguma coisa pendurada na árvore. Minha irmã estava dormindo. Eu cheguei perto e quase desmaiei. Minhas pernas estremeceram, meu coração disparou e as lágrimas caíram sem parar dos meus olhos. Meu choro foi tanto que cheguei a soluçar. Vi meu pai com uma corda no pescoço. Seus braços estavam soltos, a língua para fora, os olhos muito abertos olhando para mim e seu rosto muito roxo. Ele se enforcou com uma corda que tínhamos para amarrar os barris. Nunca mais vou me esquecer dessa cena. Não queria que minha irmã visse, mas não consegui evitar. Ela acordou e veio atrás de mim. Quando percebi, a pequena Marcinha estava ajoelhada no chão de terra vermelha com as mãos na boca. Eu me lembro como se fosse hoje, pegamos o carro de boi e fomos até nosso vizinho. Contamos o acontecido, e ele, juntamente com seus dois filhos, foram até a árvore.

Tiraram o pai de lá e o enterraram ao lado da nossa mãe. Fizeram mais uma cruz. Agora, ela não estava torta.

Meu pai não conseguiu ser forte, ele se matou. Ouvi dizer que quem se mata vai para o inferno. Então, ele deve estar lá.

Enfim, ficamos sozinhas, eu e minha irmã em um sertão sem fim. Aprendemos a pegar água do riacho… Claro que trazíamos muito menos água do que meu pai, a gente quase não tinha forças… Nós paramos de brincar no galinheiro com as galinhas e nem fazíamos mais bonecas de espigas de milho. O nosso tempo era remido.

Eu tinha que sustentar a casa agora. Eu, simplesmente eu, uma menina com 15 anos de idade, tinha que sustentar a irmã com 13. Por isso, virei a sua mãe, a sua protetora, a sua vida. Ela se baseava em mim para tudo. Eu não poderia jamais deixá-la de lado. Tive uma filha sem ficar grávida.

O tempo foi passando e a vida ficou muito dura para nós. Acordávamos ainda de noite para buscar leite na casa vizinha. O pai de família chamado Seu Dito – era Benedito, mas todo mundo o conhecia por Dito – era casado com a Zefa – acho que o nome todo era Josefa, não sei bem, eu não tinha tempo nem para conversar mais e saber da vida das pessoas.

Ele dava todo dia um litro de leite tirado diretamente da vaca para nós, mas tinha uma condição: a gente tinha que ir lá buscar. Ele nem se importava se éramos pequenas; se a gente não fosse lá, não tinha leite. Não sei se minha mãe agiria assim com um vizinho que não tem pai e mãe…

Nós não tínhamos geladeira, então o leite teria que ser consumido no dia, senão talhava.

Eu não tinha dinheiro para comprar açúcar, por isso o leite era aferventado em uma vasilha de alumínio e a gente bebia sem nada, apenas o leite e a espuma. Com o tempo, a gente se acostuma e nem sente a falta do doce no leite.

A mandioca era plantada na frente de casa. Eu aprendi com meu pai a puxar a raiz e também cortar os talos para colocá-los novamente na terra. Tenho aproveitado o plantio que meu falecido pai deixou.

As galinhas eu também aproveito. Vou todos os dias ver se há ovos para comer. Uso lenha no fogão para fazer a comida. Tudo é assado, porque quase não se tem água, e quando tem é para beber. O calor aqui é insuportável, se a gente não fizer tudo antes das 10 horas da manhã, o sol queima o coco da nossa cabeça.

Para mim, tudo está muito difícil! Não estou dando conta de fazer tudo o que devo fazer. Tenho muito medo de ficar sem comida para a minha irmã. Estamos com seis galinhas e um galo, nove pés de mandioca e sete de milho. Tenho que alimentar o boi, que sempre nos leva para a cidade para comprar feijão. Eu troco, às vezes, o leite por meio quilo de feijão. Como não tenho dinheiro, tento trocar por algo.

 

A minha mãe lavava a roupa no riacho e a trazia em um balde que colocava em cima da cabeça. Ela tinha tanta agilidade, que podia até correr e não deixava a roupa cair. Eu bem que tentei fazer isso, mas é muito pesado, então, levo a roupa de pouco em pouco até o riacho para lavar. Muitas vezes prefiro ficar com as roupas sujas…

 

– Antônia, o que vai acontecer com a gente?

– Eu não sei, mas não vou deixar você passar fome, isso pode ter certeza!

Continua…

Meuri Luiza

Nunca me Deixou *-*

Sabe eu adoro essa música. Ela sempre me lembra que mesmo passando pelos vales e desertos que sempre haverão, Jesus nunca me deixou e nem nunca vai me deixar.

E pode ter certeza que não importa o tamanho do seu problema. Jesus está sempre com você. Eu sei que as vezes parece que não mais ele nunca, nunca te deixou.

Livres para Adorar

Ainda que eu ande 
pelo vale da sombra da morte.
O Teu amor lança fora o medo.
Ainda que eu me encontre
bem no meio das tempestades da vida.
Não voltarei, pois perto estás.

Eu não temerei o mal.
Pois o meu Deus comigo está.
E se o meu Deus comigo está:
-A quem eu temerei? A quem eu temerei?

Oh, não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh, não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh, não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Eu posso ver a luz
que está vindo ao coração que espera.
Incomparável, gloriosa luz.
E haverá um fim aos problemas.
Mas até este dia,
viverei sabendo que estás aqui.

Eu não temerei o mal.
Pois o meu Deus comigo está.
E se o meu Deus comigo está:
-A quem eu temerei? A quem eu temerei?

Oh, não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh, não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh, não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Eu posso ver a luz
que está vindo ao coração que espera.
E haverá um fim aos problemas.
Mas até este dia. (…chegar)
Te louvarei. Te louvarei.

Antonia – Capítulo 1

Você tem mãe? Você conhece a cadeia? Sabe o que acontece lá? Vou contar minha história. Realmente a injustiça acontece e quando percebemos, estamos sem ninguém, simplesmente sozinhas nesse mundo. O que fazer? Recorrer a quem?

( História baseada em relatos de jovens que estiveram em uma cadeia feminina)

Imagine ter apenas 10 anos de idade e ver sua mãe caída no chão, morta. Foi o que aconteceu comigo.

A minha mãe teve uma parada cardíaca fulminante e morreu junto com as galinhas. Ela estava dando comida para elas no quintal e, de repente, caiu… Morreu…. Não deu tempo de socorrer. Nem que desse tempo, onde nós moramos não tem hospital. Eu fiquei perto do corpo dela esperando meu pai. Quando ele chegou, o corpo dela já estava gelado e seus lábios roxos. Fiquei o tempo todo sentada no chão e coloquei a cabecinha dela em meu colo. Minha irmã estava com meu pai. Eles estavam pegando água no riacho, que fica a cerca de 10 km de casa.

Meu pai chorou… Carregou minha mãe até a nossa casa e a colocou na cama. Seu corpo, imóvel, ficou lá por alguns minutos. Ele fez um buraco no fundo de casa e lá enterrou nossa mãe. Fez também uma cruz. A madeira vertical ficou torta, nem parecia uma cruz. Minha mãe, agora, estava embaixo da terra, no fundo de casa, perto das galinhas.

Eu me vi sozinha para cuidar da minha irmã e do pai que acreditava, não iria aguentar, ele era muito fraco nos seus sentimentos…

Eu me chamo Antônia, minha irmã Márcia, meu pai Pedro, e minha mãe, Cida.

-*-

Eu gostava muito de brincar com minha irmã. Ela é dois anos mais nova que eu. Nossa casa muito simples. Feita de pau-a-pique. Meu pai foi quem fez com um barro que se aplica num enramado de bambu.

A gente se divertia enquanto meu pai trabalhava.

Nós morávamos em outro lugar, mas estávamos ficando sem água, porque havia seca e até os animais vizinhos estavam morrendo. Agora, onde estamos, tem um riacho bem legal e meus pais acharam melhor ficarmos aqui para sobrevivermos. Para pegarmos água, vamos em uma carroça, e o boi vai puxando. Às vezes dói o corpo de tanto que chacoalha. Eles vão duas vezes na semana pegar água, e a gente armazena em barris. Dá para tomar banho de caneca, fazer a comida e alimentar as galinhas também.

Há algumas árvores em volta da casa. Tem jaca, pitomba, goiaba e graviola. Minha mãe fazia sucos para nós. Ela também fazia macaxeira assada, uma verdadeira delícia com suco de pitomba!

Minha irmãzinha sempre ficava comigo. A gente não se separava por nada. Um dia eu quis brincar com as espigas de milho fazendo bonecas. Ela ficou encantada, e a partir de então, brincávamos de casinha todos os dias.

Depois que a minha mãe morreu, a gente não brincou mais.

Eu já estava com dez anos, e ela com oito. Eu cuidava da Marcia, sempre cuidei. Quando ela acordava à noite, com dores de barriga, eu saía pelo quintal à procura de erva cidreira para fazer um chazinho para ela. O tempo foi passando e ela começou a me chamar de mãe. Eu achava meio estranho, mas não consegui tirar isso dela.

Aprendi a fazer comida, chás milagrosos, compotas, organizar a casa, limpar o chão de terra batida, fazer os sucos com as frutas do quintal e, o principal, cuidar do meu pai. Ele entrou em depressão profunda e a única coisa que fazia era buscar água com o boi para nós. Isso porque eu não aguentava com o peso dos barris.

Sempre cuidei de tudo. A minha mãe me ensinou muita coisa, mas eu sempre precisei dela. Quando fiquei mocinha, pensei que tivesse me machucado. Eu não sabia para quem falar. Tinha vergonha de falar sobre isso com o meu pai, porque eu não sabia o que era. Além disso, a nossa vizinha ficava a cerca de 20 km da minha casa. Depois de três meses eu descobri que era normal, porque todo mês acontecia.

Em parte, para mim, foi bom, porque quando aconteceu com minha irmã, eu já pude tirar de letra e ensiná-la. Meu pai nem ficou sabendo. Aliás, ele nem conversava com a gente. Um dia eu tive que dar macaxeira na boca dele. Nem comer ele estava comendo. A depressão estava matando aquele homem dia a dia.

Havia uma árvore a uns 40 metros de casa. A gente costumava subir nela para brincar, mas agora a gente não quer nem passar perto….

Continua…

Meuri Luiza

Versículo da Semana

Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.

Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.

                                                                     Mateus 11: 28-30

Ei você que está cansado da vida que tem levado. Ei você que não aguenta mais tantos problemas. Ei você que não vê mais saída.

Existe alguém que pode aliviar sua dor. Ele é manso e humilde de coração, Ele quer tirar esse peso enorme que você tem carregado sobre seus ombros e te dar o fardo suave e leve que Ele tem.

Basta você querer, e se entregar a Ele de TODO coração.

Aquela dos 30

Eu simplesmente amo essa música. Adoro os arranjos musicais, a cantora e a letra da musica se encaixa perfeitamente comigo. A única diferença é que não tenho 30 anos rsrs.

Quando ela diz, sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem, eu praticamente me vejo. Eu sou assim, tenho princípios que para muitos se perderam mas também gosto muita da geração Z. Acho que sou moderna á moda antiga.

Maria Capítulo 13 – Fim

 

 

Mais alguns segundos e consegui dar a primeira respiração profunda. O oxigênio chegou aos meus pulmões…

Abri os olhos e as trevas já não estavam lá. Eu ainda sentia o meu cheiro de podre, mas o peso dos meus ombros sumiram. Eu estava leve, ainda fraca, mas leve… os demônios foram embora. Eu nem acreditei, mas eles que estavam me atormentando esses meses todos, foram embora.

Ali eu soube o quanto é imensa a misericórdia do DEUS ALTÍSSIMO! Ele me aceitou novamente, me aceitou como sua filha.

Precisei ver os demônios e o reino do inferno para ter meus olhos abertos e saber como age as trevas em  nosso coração e nos levar ao lago de fogo e enxofre.

Minha mãe entrou novamente no quarto para ver se eu ainda estava viva. Sorri para ela. Minha mãe chorou…

Fui salva naquele momento pela misericórdia do meu Deus. Sim agora Ele é o meu Deus. Deixou de ser meu inimigo como eu pensava…

Não acredito que teria vivido se não tivesse perdoado e desejado ardentemente minha salvação. O alívio que a gente sente quando nossa alma está limpa e pura é imediato.

Bá fez um mingau e me deu na boca. Minha gengiva já não sangrava mais. Ainda tinha feridas na boca, por isso a comida era de pouco em pouco. Ainda esta muito debilitada, muito fraca, mas já não sentia enjoo. Necessitava de ajuda para andar. Meu pai me colocou na cadeira de rodas e me levou no hospital no dia seguinte.

Dr. Tadeu se impressionou de me ver viva, um dia a mais do que ele havia dito. Quase que ele acertou ( risos).

Pedi outros exames, ele perguntou para quê?

Eu disse que estava curada. Ele riu.

Como o convenio pagava tudo, era vantagem para o hospital realizar os exames.

Dois dias depois o telefone tocou. Era a enfermeira do hospital, queria falar comigo.

Eles não estavam entendo como poderia ter dado negativo o exame em um paciente em estado terminal, afinal o médico havia pedido para meu pai comprar o caixão. Novos exames foram realizados e novamente o resultado foi negativo.

Dr. Tadeu me chamou no consultório um mês depois do milagre. Eu consegui ir andando, muito devagar mas sem a ajuda da cadeira de rodas. Ele me perguntou o que aconteceu e eu respondi:

– Consegui perdoar para ser perdoada…

– Então você realmente usou sua fé, porque era humanamente impossível a sua cura. Espero que nunca mais deixe o seu Deus, pois Ele é real.

– O senhor deveria conhece-Lo .( risos )

Deixei um livro em sua mesa, quem sabe ele lê.

 

Retornei para minha igreja. Voltei para Deus e Ele se voltou para mim.

Algum tempo se passou e meu cabelo começou a crescer. A cor dele é linda… eu nem me lembrava mais. Tive que tratar meus dentes, porque apodreceram todos. As feridas em meu corpo se fecharam. Fiquei com algumas marcas, mas isso não importa. Até gostei, assim jamais vou esquecer o que aconteceu comigo. Consegui engordar sete quilos, estou pesando agora 43 quilos. Estou indo bem para uma garota de 1,78. Recuperando dia a dia, porém agora na fé da minha salvação.

 

Lembra do Felipe? Ele se casou com a menina e tiveram gêmeos. Logo após o nascimento das crianças, eles se separaram, pois Felipe já se cansou dela e está noivo de outra.

E é assim, quando a gente ouve o coração é só sofrimento. O que parece ouro, com algum tempo vira ferrugem e de nada serve mais.

Um dia eu perdi o brilho por causa do coração, mas agora já estou esperta com ele. ( risos )

Essa que vocês estão vendo, sou eu, antes de conhecer o Felipe…

 

Espero que essa história ajude a compreenderem onde a mágoa leva o ser humano e não cometam o mesmo erro que eu um dia cometi…

 

Atenciosamente Marina.

 

FIM

 

Autora: Meuri Luiza

Transformação – Dayane Mendes

*Eu- Você tinha depressão. Como era viver com a depressão?

*Dayane- Eu não gostava de me comunicar com as pessoas, tinha muita raiva de tudo e descontava essa raiva nos meus familiares. Eu tinha vários complexos, me achava inferior, odiava minha própria voz, e por conta desses complexos eu perdi muitas oportunidades. Tinha muito medo de ficar sozinha, mas a idéia de estar acompanhada não me agradava. Eu brigava muito com as minhas irmãs, já cheguei a puxar a faca pra elas por pura raiva. Ficava imaginando como seria machucar as pessoas.

*Eu- Você já tentou o suicídio?

*Dayane- Nunca tentei, mas já pensei muitas vezes em me matar. Ficava imaginando como seria melhor morrer do continuar vivendo como eu vivia.

*Eu- E quando isso mudou?

*Dayane- Tudo foi um processo. Quando cheguei à IURD primeiro me libertei da depressão e aos poucos fui aprendendo mais de Deus. Nos dias de domingo e quarta feira, eu ouvia a palavra e absorvia tudo. Nunca cheguei a manifestar, mas Deus me libertou a través da Palavra dEle.

*Eu- E quem é a Dayane hoje?

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*Dayane- Hoje eu sou totalmente transformada. Não tenho mais ódio de ninguém, não tenho mais medo de ficar sozinha. Deus me mudou de dentro pra fora, hoje eu tenho paz, antes eu era muito nervosa e hoje sou mais mansa, calma. Hoje eu sou uma nova Dayane!

E como a Dayane você também pode mudar. Sua vida pode ser diferente. Deus pode mudar a sua história, Ele pode te fazer Feliz assim como tem feito comigo. 

Transformação – Felipe Medeiros (parte 2)

Continuação Felipe:

E naquele domingo Deus falou tão forte ao meu coração que no domingo seguinte me batizei nas águas.

*Eu- E quem é o Felipe hoje?

*Felipe- Hoje eu sou um novo Felipe, um Felipe feliz, decidido, cheio do Espírito Santo. Hoje eu sou liberto de todo vício. Sou realizado em todos os sentidos da minha vida. Hoje eu tenho motivos pra viver, hoje eu ando em novidade de vida, não tenho mais o desejo de me matar .  Hoje Deus transformou completamente minha vida.

Transformação – Felipe Medeiros

Felipe – Antes

*Eu- Quem era o Felipe antes de conhecer Jesus?

*Felipe- Eu era totalmente perdido. Meu pai trabalhava no ramo de filmes pornográficos,  e quando eu tinha 9 anos ele me contou. Eu era uma criança e a única coisa que consegui pensar foi que eu queria ser como o meu pai. Com 12 anos de idade iniciei minha vida sexual. Meu pai trazia garotas para ficar comigo em casa e pra mim aquilo era o certo. Eu sempre vivi daquela forma e pra mim era a única forma de vida. Com 16 anos eu já tinha feito de tudo. Bebia muito, antes durante e depois dos horários de aula, saia todas as sextas-feiras com amigos pra baladas. Fumava muito também, já cheguei a experimentar maconha mas nunca me viciei.

*Eu- E quando foi que você se viu o fundo do poço?

nanãh 005*Felipe- Um dia, eu tinha 16 anos, eu estava sozinho em casa e pra mim não tinha nada de novo, nenhum motivo pra viver, nada que pudesse me despertar o interesse. Eu peguei uma faca e comecei a pensar em me matar. Naquele dia eu decidi a minha vida.

Felipe- Transformação

*Eu- E quando foi que você chegou a igreja?

*Felipe- Bom, eu já havia ouvido falar de Jesus e sabia que a Igreja era o lugar que eu deveria ir. Então comecei a ir em várias denominações mas nada mudava. Eu entreva na igreja de um jeito do mesmo jeito. Nada mudava.

eu te amo

 

Nessa época eu já namorava a Yanara e ela me levou para a igreja que ela frequentava na adolescência.  Chegando lá eu pensei: “Essa é a minha última porta. Se Deus não me mudar então não tem mais motivo pra eu continuar vivo.”….

Continua…

Transformação – Yanara Medeiros (parte 2)

Foi então que eu percebi que meu namoro nunca daria certo se eu não me entregasse e Deus. Eu entendi que o problema era eu.

Foi aí que veio a minha mudança, foi aí que eu me entreguei a Deus de fato e verdade por mim. Minha oração mudou, eu dizia: Deus se for para ele ser meu então que ele me peça em casamento, mas se não for, então tira ele da minha vida de uma vez por todas.

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E passado um mês, meu namorado me pediu em casamento.

Quando eu decidi servir a Deus e entreguei minha vida nas mãos dEle, Ele me honrou, e me abençoou.

Transformação – Yanara Medeiros

Yanara – Antes

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*Eu* – Como você era antes de conhecer Jesus?

*Yanara – Eu nasci na IURD na verdade, mas na adolescência me afastei. Virei roqueira, coloquei pearcings, fiz tatuagem e comecei a viver de uma forma que eu sabia ser errada. Saia para baladas, ficava com homens mulheres e tinha depressão.

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Eu também era bipolar. Tinha horas que eu tinha muita raiva e dois minutos depois a raiva se transformar em alegria ou tristeza. Eu e minha mãe brigávamos muito, a ponto de ter agressões físicas.

Yanara – Voltando

*Eu- E quando você decidiu voltar?

*Yanara- Eu comecei a namorar um rapaz. Eu amava ele demais, mas pelo que eu já tinha aprendido, eu sabia que o nosso relacionamento só daria certo se Deus estivesse a frente. Mas eu não voltei pra Iurd propriamente, eu comecei a frequentar outras denominações. Mas a vida continuava a mesma. Foi quando um dia, sentados em casa, ele me perguntou como era a minha igreja, no caso a Iurd, então comecei a explicar para ele o pouco que eu tinha aprendido antes de me afastar. Ele pediu que eu o levasse e eu levei. Nós fomos em um domingo de manhã. Ele simplesmente adorou, tanto que no domingo seguinte ele se batizou.

Só que eu na verdade não queria nada com Deus. Eu só voltei por causa do meu namorado e não por causa de Jesus. Quando eu orava eu falava: Deus se for para ele ser meu que ele me peça em casamento, mas se não for afaste ele de mim, mas lembra que eu amo muito ele e que não quero deixa-lo. Eu não estava nem ai para a fé. Eu só queria que meu relacionamento desse certo….

Continua…

Série Nascer de Deus Parte 4 – Ordem Divina

Semana passada eu estava orientando duas garotas que chegaram a pouco tempo na igreja. Eu falei com elas sobre o batismo nas águas, o encontro com Deus, e o batismo com o Espírito Santo. E ai então comecei a pensar em como tudo tem uma ordem.
Mas Larissa, como assim uma Ordem?
Olha só, vamos colocar por etapas ok?
1° A pessoa chega na igreja e se liberta do mal.
2° Ela morre para o mundo, para as suas vontades, e deixa de fazer tudo o que desagrada Deus.
3° Ela se batiza nas águas e todos os seus pecados são apagados, e dali nasce uma nova criatura, sepultando o velho homem.
4° Ela entrega sua vida a Deus e começa a fazer as vontades dEle.
5° Ela tem um encontro com Deus.
6° Ela busca e recebe o Espírito Santo.
7° Ela muda completamente. No modo de pensar, agir, falar etc.
Essa é a ordem certa para quem quer Nascer de Deus. Morre para o mundo, se batiza, se entrega, tem um Encontro com Deus, recebe o Espírito Santo, e é transformada.
Se você que ainda não é nascido e quer nascer de Deus então siga essa ordem.  E você, que já é nascido de Deus, faça uma reflexão sobre si mesmo e lembre-se do início da sua caminhada com Jesus.

Marina Capítulo 13

Mas ainda havia ódio dentro de mim, não sei porquê. Eu ainda estava com a angustia dentro do meu peito e a revolta estava aflorada em meu ser.

Ali começou a grande batalha.

Os demônios desejavam ardentemente minha alma e eu desejava ardentemente a salvação!

Como poderia tirar o ódio dentro de mim? Havia poucos segundos para eu decidir como iria viver a eternidade. Ou eu ouvia a voz do coração ou a voz da razão. A gente quer uma coisa mas o coração grita por outra!

Havia trevas ao meu redor, eu as via. Vi os demônios…sim havia tantos demônios ao meu redor que era impossível conta-los. Sentia o cheiro de enxofre.

Vi um deles me olhar fixamente… eu ainda estava com muito medo. Meu coração disparou. Ele se aproximou de mim e disse:

– Você é minha, não vou te perder por nada! Sua alma é valiosa e te espero faz tempo…

A voz dele era tão forte que penetrava dentro dos meus poros. Já dava para sentir o calor do inferno. Minha luta estava sendo imensa. Minha salvação estava em minhas mãos.

Tentei gritar, mas minha voz não saía. Parecia um pesadelo, mas na verdade era real e muito real…

– Lutei por você, apanhei no inferno por não ter conseguido a sua alma antes, mas agora é o seu fim. O HOMEM DE BRANCO perdeu, você é minha…

Falei novamente para Deus que perdoava. Percebi que era o meu último suspiro, não tinha mais tempo, mas o ódio ainda estava dentro de mim.

Agora eu estava com muita raiva de mim mesma, por não conseguir me salvar. Tive tanto tempo em vida e agora que estou tão perto do inferno não consigo esmagar meu coração.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? ”   Jeremias 17:9

Se eu pudesse falar para todo mundo não dar ouvidos ao coração… ele engana a gente e depois nos leva para o inferno.

Se eu pudesse gritar para todos dizendo o quanto eu me arrependo de não ter ouvido o Espírito Santo…

Minha alma dóia…

Já não sinto mais meu corpo, pois as dores são insuportáveis.

Não sei se o mau cheiro é meu ou do enxofre do inferno…

– Você vai ser o meu troféu. Todos os demônios lutam por esse troféu… uma alma que serviu o HOMEM DE BRANCO. Vocês tem um lugar especial no inferno… nós deixamos vocês bem conscientes. Fazemos questão que lembrem a cada segundo tudo que fizerem de mau e de bom aqui na terra. A cada segundo vocês vão se consumindo e isso é por toda a eternidade…

Não sei como, mas arrumei forças para falar o nome daquele que eu tinha mágoa e desejava a desgraça na vida dele.

Sim, eu falei o nome e disse que o perdoava. Disse para Deus me dar mais uma chance que não iria desperdiçar por nada…

– DEUS! MEU PAI! SOCORRO! Me dá mais uma chance… não vou deixar de Te servir pelo resto da minha vida. Eu te pertenço Senhor meu e te amo mais do que tudo nesse mundo. Me perdoa… me perdoa… Pai…

Méuri Luiza

Afaste-se do que te afasta de Deus!

Todos os dias a caminho do trabalho eu escuto a 99.3FM, e às 8 da manhã começa o Programa Ponto de Luz. Nesse mesmo programa tem o momento do afastado, que é destinado as a pessoas que se afastaram da presença de Deus.

 

Uma moça ligou para o programa e disse ao Pastor que estava na igreja, mas que estava afastada. Faltava aos domingos de manhã e na semana só ia as quartas-feiras. Ela disse também que tinha um namorado muito ciumento e para ao causar brigas faltava as reuniões.

A primeira coisa que pensei foi:

“Então larga esse namorado ué!”

Jesus foi bem claro quando disse:

“Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o para fora de ti; melhor é entrar na vida com um só olho do que com os dois seres lançados no inferno de fogo.”

                                                                                                        Mateus 18;9 

Traduzindo para o caso dessa moça seria:

¨¨Se o teu namorado te faz tropeçar, larga-o e lança-o para fora de ti; porque é melhor que entres solteira na vida do que, com o teu namorado entrares no inferno de fogo. ¨¨

Sabe de uma coisa que um homem muito sábio dizia?

– Quer arranjar um problema? Então namore antes do tempo!

E é a mais pura verdade!!! Quantas não foram as moças e rapazes que por causa da porcaria da ansiedade perderam a salvação? Todos conhecem alguém que se afastou pelo mesmo motivo: Vida Sentimental.

Aii a pessoa me vem com aquela conversa mole de que você vai ganhá-lo (a) para Jesus! MENTIRA!!!

Ele (a) que vai te ganhar para o diabo!

Assim como acontece com várias outras pessoas.

 

Fechar os Olhos Para as Falhas Humanas

Vi esse post no Blog da minha amiga Raissa Andrade e gostei tanto da forma simples e fácil de entender que a Raissa explicou o tema que decidi compartilhar com vocês.

 

 

Na igreja sempre veremos bons e maus exemplos, seja qual for a denominação, sempre existem pessoas de Deus e existem os joios também. Muitas pessoas acabam escandalizando a Palavra de Deus, por não vigiarem, mas esse não é o assunto desse post.

A verdade é que muitas pessoas acabam se afastando de Deus e saindo das igrejas por conta de coisas que viram, maus exemplos.

Vamos pensar: Será que é justo julgarmos alguém por algo que ela fez de errado? Será mesmo que somos tão “santos” ao ponto de podermos julgar a quem quisermos? Somos perfeitos? Claro que não! Todos nós somos sujeitos a erros e falhas, pecamos, agimos sem pensar, etc. Todos somos humanos e perfeito é apenas o Senhor Jesus.

Mas por que ainda insistimos em buscar a perfeição nas pessoas? Por que ainda esperamos demais dos outros? Por que ainda exigimos das pessoas à nossa volta o que nós não podemos ser? Porque somos tolos(as)! Essa é a resposta! Sabemos que somos imperfeitos, mais ainda sim exigimos perfeição; sabemos que erramos mas ainda sim não conseguimos tolerar um erro sequer, por menor que ele seja; sabemos que somos falhos, mas não suportamos ver uma falha em alguém; sabemos que temos defeitos, mas não aguentamos os defeitos alheios.

Tudo isso porque agimos pelo SENTIMENTO, isso mesmo SENTIMENTO. É ele quem nos faz exigir algo dos outros de maneira cega, só para depois quando a pessoa não conseguir corresponder às nossas expectativas, ficarmos com raiva, mágoa e  até chegar ao ponto de odiá-la.

Essas são ciladas do nosso coração que é um dos aliados favoritos do diabo, ele sabe que causando isso tudo, no final nós vamos acabar sujando nosso coração e com o coração sujo, cheio de mágoas e rancores, com certeza nossa fé vai estar fria e o Espírito Santo não estará mais em nós, porque Deus não pode habitar em um coração sujo, sendo assim, o plano do mal vai estar prontinho.

Queridos leitores, não vamos deixar que esse plano sujo do diabo venha se concretizar em nossas vidas!

Devemos olhar somente para o Senhor Jesus e fechar nossos olhos para as falhas dos homens.

Imagine se Deus levasse em consideração todas as nossas falhas e pecados como nós levamos em consideração os erros alheios? Estaríamos perdidos, não é mesmo?

O Único que merece nossa total atenção, é Jesus! Pois Ele é Perfeito, Santo, Maravilhoso e Belo, nossos olhos devem estar sempre nEle dia após dia, Ele deve ser nossa confiança para sempre!

“Portanto, nós também, tendo nuvem de testemunhas, despojemo-nos de todo peso e do pecado que nos assedia, corramos com paciência a carreira que temos pela frente, olhando para Jesus, o autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo posto diante dEle suportou a cruz, menosprezando o opróbrio, e está assentado à Destra do Trono de Deus.” Hebreus 12:1,2

Versículo da Semana…

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”                                                          Romanos 8;28

Servir a Deus não é fácil. Tem vezes que as lutas são tão apertadas, tão difíceis. Parece que tudo ao nosso redor está desmoronando.

Tem horas que a vontade de Deus dói muito.

Mas tudo tem o seu propósito, tudo tem um plano. Mesmo que agora o que você esteja passando seja difícil lembre-se que tudo coopera para o BEM dos que amam a Deus. Ou seja, lá na frente quando você entender o plano de Deus você vai ver que foi o melhor. Até a perda vai te trazer benefícios.

Calma. O melhor de Deus vai acontecer!

 

Imagem feita por: Iago Felizardo

Marina Capítulo 12

 

Costuma-se colocar flores para o defunto não cheirar tão mal, mas eu estava fedendo tanto que acho que nem o perfume daria resultado.

Cheguei no hospital e o doutor Tadeu estava me esperando. Entrei na sala dele levada por meu pai na cadeira de rodas.

Ele quis fazer brincadeiras, mas eu sabia que estava morrendo.

– E aí menina bonita como está?

Eu só não sabia onde estava a menina bonita… careca, pele enrugada, dentes podres, gengiva sangrando, fedendo defunto… só podia ser brincadeira dele.

Ele abriu os exames e tudo estava na mesma. Chamou minha mãe e meu pai em outra sala, demoraram uns minutos e voltou apenas minha mãe com o médico. Perguntei do meu pai, mas ele ficou lá fora, foi no banheiro lavar o rosto. Ele deveria estar chorando.

Fiz que não era comigo e perguntei ao doutor o porquê minhas veias estavam doendo tanto. Ele explicou mas eu nem prestei atenção em nada, queria é ficar curada.

Minha mãe entendeu e quando chegou em casa colocou em prática o que ele ensinou.

Esquentou água e fez um chá de camomila. Com um pano limpo, mergulhou no preparo e colocou sob minhas veias escuras e duras. Doía tudo. Eu sentia o câncer comendo meu corpo, cada pedaço. Eu sabia onde ele estava, onde era apodrecido por essa maldita doença. Naquele momento meu intestino, meu fígado, rins, esôfago, baço estavam sendo comidos pela doença… eu sentia cada parte do meu corpo morrendo…

 

Numa noite, eu pensei que era meu pai entrando no meu quarto, um vulto escuro. Eu não estava enxergando mais quase nada. Meus olhos estavam embaçados. Alguém  falou que viria buscar minha alma naquela noite… eu sei que não era Deus nem um dos seus anjos, porque a voz era horrorosa e o cheiro de enxofre era grande. O temor sobreveio sobre mim de tal forma que consegui dar um grito, ainda não sei como fiz isso, acho que foi o desesperado.

Minha mãe entrou correndo no quarto, acendeu a luz e veio até minha cama. Segurou minha cabeça e ficou me olhando com os olhos arregalados. Eu não disse nada. Ela me falou que Jesus ainda me amava mas a mágoa tomou conta do meu ser e isso fez o câncer em mim. Ela me disse que o médico deu apenas uma semana de vida, e o prazo estava se esgotando. Se eu não perdoasse quem me fez ter mágoa,  iria para o inferno.

 

“Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos, e já todos os meus membros são como a sombra.” Jó 17:7

 

O problema é que eu não conseguia perdoar! Eu não conseguia ! Quando  me lembrava daquelas palavras que não ia dar certo  ficava com mais ódio ainda. Sentia uma raiva muito grande daquela situação, eu estava morrendo, literalmente morrendo. Tinha apenas alguns minutos de vida e não conseguia perdoar!!

Quanto desespero, quero dar o perdão mas não consigo! Sinto minha alma indo para o abismo! Alguém pelo amor de Deus me ajuda! Não tenho forças para falar nem para orar!

Minha mãe percebeu a minha agonia,  sabia que eu estava morrendo. Minha boca começou a sangrar novamente, o cheiro de podre estava insuportável que nem mesmo eu conseguia me aguentar. Meus olhos estavam se fechando… estava esgotando minha vida aqui na terra…

Minha mãe desesperada disse para eu falar o nome da pessoa na qual tinha rancor. Eu não conseguia falar o seu nome…

Ela largou a minha cabeça e se levantou da cama. Me disse:

– Se o Felipe realmente te amasse, estaria aqui no meu lugar e não com outra pessoa. Se você tivesse se casado com ele, hoje também estaria com outra mulher. O problema é que você não entende que a gente quer o teu bem e te aconselha para que não caia no erro. Mas a sua cabeça é muito fraca para compreender o amor de Deus. Quer morrer? Faça conforme a sua fé! Agora você viu realmente que ele não era para você e ainda assim tem mágoa. Mágoa de quem? Da verdade?

Minha mãe saiu e me deixou no quarto sozinha…

Naquele momento parece que recuperei a consciência. Comecei a pensar. Por alguns segundos consegui pensar. Eu estava sem ar, não tinha mais respiração. No meu último folego disse em voz sussurrada:

– Deus, eu perdoo meu pastor e perdoo todos aqueles que eu pensava querer o meu mal.

As palavras saíram do fundo da minha alma…

 

Autora: Méuri Luiza

Fé contra Maus Pesamentos

Do “nada” eles surgem, como moscas procurando pousar.

Os bons pensamentos refrescam a alma e aformoseiam o rosto.

Já os maus provocam dúvidas, medos, ansiedades e preocupações.

Vêm para forçar atitudes erradas.

Penetram na gente zoando todo o tempo.

Não há como impedi-los de chegar.

Mas, há como vomitá-los, impossibilitando-os de fazerem ninhos.

Como?

Baixinho, baixinho, mas, com voz audível, agradeça a presença de Deus em sua vida; louve a presença do Espírito Santo; mencione o Nome do Senhor Jesus; enfim, diga palavras que os neutralizem.

Experimente!

Tenho certeza que eles irão desaparecer.

Além disso, ser tentado não é pecado.

Pecado é cair em tentação.

Esteja sempre atento e vigilante para responder à altura pelo poder da fé que há em você.

Quando eles surgirem, tire de letra com louvores.

O fato é que quando falamos ou pronunciamos palavras celestiais, os pensamentos infernais não suportam.

Lembre-se: quando pronunciamos a palavra, direcionamos os pensamentos.

O louvor ao Senhor fortalece os pensamentos e mudam o foco.

Chame-se a isso de resistência ao diabo.

“…resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Tiago 4.7

 

Fonte: Bispo Macedo

Em breve….

Pessoal logo logo teremos uma novidade no blog. Postarei vários testemunhos muito fortes que estou recebendo essa semana. Sabe por que? Porque ninguém muda com palavras mas sim com exemplos. Então vou mostrar ao mundo todo pessoas que encontraram Jesus e que hoje são felizes para que aqueles que estão sofrendo possam ver que existe um Deus maior do que tudo.

Se você que está lendo isso agora tem um testemunho de vida com Deus, um antes e depois, então me procure no e-mail larissa.fjbg@hotmail.com ou no facebook Larissa Pereira.

Vamos salvar! Deus conta com você!

Série Nascer de Novo Parte 3 – Sacrifício

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Sabe quando você quer muito uma coisa? E você faz de tudo para conseguir essa coisa? Por exemplo se você quer perder alguns quilos. Você tem que sacrificar sua vontade para ter uma alimentação saudável não é? Quando você vê aquele chocolate delicioso e sabe que não pode comer é difícil nõ é?

Com Deus não é diferente. Para Nascer de Deus você tem que sacrificar. Sacrificar suas vontades, seus desejos que desagradam a Deus. Para nascer de Deus você tem que sacrificar o seu EU, o seu EGO. Largar o pecado e a vida errada é muito difícil.  Mas você tem que se esvaziar de si mesmo para que o Espírito Santo te encha com a presença dEle.

Toda a sua vida tem que estar nas mãos de Deus, e se você pensa que isso é fácil você está muito enganado! Se for fácil então não é sacrifício. Porque o verdadeiro sacrifício dói, machuca, ele fere o nosso orgulho. Sacrificar a vida para Deus não é nada fácil.

Se você faz coisas que para a sua carne são boas mas que desagrada a Deus então pare de fazer. Se desfaça de tudo que te impeça de nascer de novo. É difícil deixar as próprias vontades eu sei. Mas foi a melhor coisa que eu fiz em toda a minha vida.

Eu digo por experiência própria. Tive que me livrar de muitas coisas que me afastavam do novo nascimento. Mas se eu continuasse do jeito que estava antes não sei como é que eu estaria agora.

Deus quer te fazer feliz Ele quer que você nasça dEle. Mas isso só vai acontecer quando você se esvaziar de si, das suas vontades.

Marina Capítulo 11

 

Cada dia de quimioterapia, um sofrimento. No hospital que eu realizava a quimio, tinha muita gente como eu. Uns estavam bem, outros estavam morrendo. Vi muita gente morrer em minha frente ou mesmo fiquei sabendo que morreu por algum enfermeiro. Crianças sofrendo, pais chorando, a dor por todo lado. O diabo reina nesses lugares e eu que um dia fui usada por Deus, expulsava-os das pessoas, não consigo expulsa-lo da minha vida.

 

Um dia senti muita falta de ar. Não consegui nem gritar, tinha uma colher perto de mim eu a joguei com o restante de força dos meus braços em direção ao corredor. A Bá veio correndo e ficou desesperada. Eu já estava ficando roxa. Ficar sem ar é algo horrível. A agonia de querer respirar e não conseguir. Puxar o ar e ele não vir. Ela gritou e meu pai veio correndo. Me pegou no colo e me segurou em seus braços. Minha mãe pegou as chaves do carro, a Bá abriu o portão e quando vi já estava na cama do hospital recebendo oxigênio.

Vi meu pai saindo pela porta chorando. Minha mãe segurando o aparelho de oxigênio em meu rosto. Seu olhar era de toda tristeza do mundo. Eu sabia que se ela pudesse estaria no meu lugar para me dar a vida de novo. Me sentia bem quando ela estava ao meu lado porque os demônios sumiam, mas quando ela não estava, eles ficavam ao meu redor só esperando a minha morte, como fizeram com a menina do hospital.

Meu médico entrou e pediu novos exames. Foi tudo rápido. Eu não fui  para casa, fiquei para receber sangue…

Ouvi a Bá ligando para alguém pedindo que arrumasse pessoas para a doação. É que quando se usa o sangue do hospital deve-se repor, assim nunca vai faltar.

Sei que o primo dela e a sobrinha tem o mesmo tipo de sangue que o meu. Minha mãe e minhas duas tias também. Eles vieram no dia seguinte.

Fiquei mais dois dias no hospital. Sonhei que estava morrendo e que vultos escuros vieram me buscar. Novamente o desespero tomou conta da minha alma. Eu tinha vontade de chorar, mas não tinha forças, as lágrimas apenas caíam sem parar sobre meu rosto, molhando todo o travesseiro. Estava sem forças para me levantar, para falar, sem forças para viver. Sabia que a morte estava chegando e que eu iria para o inferno. Quanto desespero! Quanta dor! A agonia toma conta do nosso ser de uma forma que se eu pudesse me mataria ali naquela hora. Mas se eu me matar vou para o inferno mais rápido. Se de repente alguém errasse o remédio, então eu não estaria me matando, mas mesmo assim minha alma não estaria salva.

– Meu Deus o que eu faço?

 

Três dias internada. Recebi alta. Fui para casa. Bá fez sopa de letrinhas. Ela brincava comigo dando o macarrão e falando as letrinhas que estavam na pequena colher. Tinha mais água do que macarrão. De repente senti um gosto de sangue na boca. Minha gengiva começou a sangrar… eu estava apodrecendo…

O cheiro do meu quarto, nem com todo desinfetante do mundo tirava o fedor de morte. Um cheiro de podre… era eu…

Minha mãe me limpava com um pano o tempo todo. Passava creme hidratante na pele por causa do ressecamento. Mesmo assim eu fedia.

Vocês devem se perguntar do Felipe. Ele me deixou na primeira semana da quimioterapia. Disse que não iria suportar me ver sofrer. Um covarde que de fato não me amava. Foi usado só para me tirar da presença de Deus. Ele está namorando com outra menina. A casa onde iríamos morar agora é dela. Os móveis, ele vendeu e me deu uma parte do valor. Minha mãe compra remédios com esse dinheiro.

 

Dia de consulta. Coloquei o lenço azul, com uma blusinha azul clara e uma saia preta. Minha perna estava só osso e uma pele caída por cima dele, um horror. O calçado era uma rasteirinha rosa.  Eu passei batom, mas já não tinha lábios, apenas um risco como boca. Me perfumei com um cheiro maravilhoso de flores. Devia estar me preparando para o caixão…

 

 

Méuri Luiza

 

Como Vencer a Ansiedade?

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A um tempo, eu estava conversando com uma amiga e o assunto foi a Obra de Deus. 

Nós ainda estamos como candidatas a obreiras e faz um tempinho que participamos das aulas. Eu particularmente adoro as aulinhas de candidatos. Aprendo muito sobre a obra e sobre como ser uma boa obreira.

Só que houve um tempo, no ano passado mesmo, que nós ficamos ansiosas com relação a isso. Isso nos prejudicou muito. Nós só pensávamos na obra, só conversávamos sobre a obra e eu pelo menos, fiquei meio que obcecada.

Essa ansiedade me atrapalhou demais. Eu esquecia de todo o resto, e só pensava no dia que eu seria levantada obreira.

Numa reunião de quarta-feira o Pr. Estava pregando justamente sobre a ansiedade. Foi aí que eu percebi o quanto eu estava obcecada.

A ansiedade é como uma angústia que faz da vida de uma pessoa um verdadeiro inferno. E quando eu percebi isso, eu logo quis me livrar daquilo. Então eu orei e pedi direção a Deus, porque a ansiedade não vai embora fácil e eu precisava ocupar minha cabeça com alguma coisa.

Foi aí que Deus me deu a direção de fazer um Blog. E foi exatamente o que eu fiz. O meu próprio Blog, com todos os meus pensamentos, todas as minhas ideias, com textos que eu gosto e compartilho aqui, também com textos que eu mesma escrevo. O meu espaço. O meu mundo. Por isso coloquei o nome do Blog de As Ideias da Larissa, porque aqui estão todas as minhas ideias, tudo que eu sou. Tudo que Deus fez, faz e ainda fará na minha vida. E compartilhar tudo isso com o mundo, foi a forma que Deus me livrou da ansiedade e ainda pode me usar de forma grandiosa.

 

Totalmente direcionada pelo Espírito Santo, comecei a escrever e escrever, e escrever e as ideias não paravam de chegar à minha cabeça. Foi como se um mundo desconhecido de ideias que estava o tempo todo dentro da minha cabeça fosse finalmente descoberto. Eu acabava de escrever um texto e já vinha outro na minha mente. Sem parar.

Quando eu deixei a ansiedade de lado, Deus começou a me usar da maneira mais incrível que se pode imaginar.

Se você, que está lendo isso agora, também está ansioso (a) por qualquer coisa, seja o que for, ESQUEÇA.

Mas Larissa não é fácil! Eu sei que não é fácil, mas se você continuar ansioso (a) Deus não vai ter espaço para trabalhar na sua vida. Faça algo que você goste de fazer, ou algo que você fazia antes e deixou de fazer, ocupe a sua mente com as coisas de Deus e a ansiedade não vai mais te angustiar.

Deus vai te ajudar, Ele está com você. Confia nEle. Entreguetodas as suas ansiedades nas mãos de Deus e ele vai cuidarde você!

Marina Capítulo 10

A todo momento eu passava mal. Já não estava mais aguentando o sofrimento. Eu sabia que meu corpo estava deteriorando rapidamente. Minha mãe foi até o mercado e comprou melancia, eu amo suco de melancia. Ela mesma preparou para mim, com um pouquinho de açúcar, mas eu não consegui beber, apenas um gole foi o suficiente para o tormento do enjoo atacar. Assim foi por um bom tempo. Ninguém podia me visitar. Se viessem tinham que usar máscara para não me contaminar. Era um tal de leucócitos que baixava rapidamente causando o risco de infecção e provavelmente a morte. Minha mãe tinha medo que eu viesse morrer, então ninguém entrava no meu quarto, a não ser ela, meu pai e a Bá.

Três semanas se passaram após começar o tratamento. Fui tomar banho e lavar meus cabelos. Eles eram na altura do ombro, castanhos escuros. O médico disse que poderia ter queda, mas a gente nunca está preparada para isso. Passei o shampoo e depois o creme, comecei a enxaguar e ele caía de punhados em minhas mãos. Saí rapidamente e sequei-os com a toalha. Com uma escova tentei ajeitá-lo, mas eles caíam cada vez mais. Me deu um desespero muito grande… me sentei ao lado do vaso sanitário e com o rosto no meu joelho chorei em voz alta.

Minha mãe ouviu meu choro e veio correndo para meu quarto, entrou no banheiro e me levantou. Me colocou em seus braços e me segurou com toda força. Ela não poderia tirar a dor do meu coração. Não sei se essa dor é por causa do câncer, da queda do cabelo, porque não sei se vou morrer, ou é a falta que sinto do meu Deus… A essa altura já estava conversando com ela.

Em dois meses eu estava completamente careca. Nem um fio de cabelo em minha cabeça. Bá comprou três lenços para mim. Um vermelho, outro cinza com bolinhas brancas e um azul escuro com uns riscos mais claros. Meu pai me deu um chapéu muito legal. Tinha várias cores, vermelho, rosa e branco. De vez em quando eu saía para passear.

Minha mãe insistiu muito e eu aceitei ir com ela para o shopping. Foi uma das piores coisas que eu já fiz em minha vida. As pessoas me olhavam como se eu fosse um E.T. ou pelo menos assim. Umas me olhavam com nojo, outras com pena. Entrei com minha mãe numa loja e a vendedora não conseguia nos atender sem ficar olhando para minha cabeça. Eu me irritei, fiz cara feia mas não adiantou. – Você está olhando o quê? Estou sim com câncer e posso morrer a qualquer momento, está feliz agora?

Minha mãe nem comprou mais nada. Pegou meu braço e me levou para fora da loja. Fomos para casa. Como se isso não bastasse, minha boca ficou cheia de feridas. Eu não conseguia comer nada, doía muito e toda hora sangrava… ( choro )

Fui ficando muito fraca. Já não conseguia andar muito tempo. Meu pai coitado, emprestou uma cadeira de rodas para poder andar comigo pela calçada. Eu colocava o chapéu que ele me deu, e pela manhã umas sete e meia da manhã, ele andava comigo empurrando a cadeira. Ele empurrava e cantava. A música me aliviava um pouco. Ele cantava louvores da igreja. Parece que acalmava meu espírito.

Eles iam para os cultos, eu ficava em casa com a Bá. Quando a Bá ia, eu ficava em casa com eles. Não sei porque mas não tinha coragem de ir novamente para a igreja. Acho que não cria mais em Deus ou de repente tinha vergonha Dele, não sei ao certo, só sei que não ia. Sei que Deus entende isso…

Fui emagrecendo dia a dia. Fiquei muito feia. Careca e a pele se enrugando por causa da magreza. Meu olhar era de uma morta viva. A fraqueza era cada vez maior. Eu já não conseguia mais ficar sentada. Os ossos do meu quadril estavam machucando a minha pele. Para andar na cadeira de rodas, meu pai comprou uma almofada muito macia, aquelas que a gente usa para dormir no carro ou no avião. Me aliviou um pouco, mesmo assim não conseguia ficar mais do que quinze minutos na rua, tinha que voltar para casa e me deitar. Perdi as forças… já não comia mais sozinha. Minha mãe dava o alimento em minha boca… quase não tinha forças para abri-la.

Méuri Luiza

Curta Metragem Das Drogas Para As Mãos de Deus!

Como todos sabem eu faço parte da Força Jovem Brasil. Nós do Jd. Grimaldi fizemos um curta metragem que relata a vida de muitos jovens que, por causa das drogas, tem se perdido e se destruído no mundo.

A História do Joel- personagem principal da história- é uma triste realidade que é vivida em muitas famílias em todo o mundo.
O Joel teve uma chance e abraçou com todas as forças. Ele sobreviveu mas não são todos que sobrevivem!

Se você passa por essa situação saiba que nós podemos te ajudar! O Força Jovem conta com milhares de voluntários que saíram do mundo das drogas e da marginalidade para se tornarem homens e mulheres de bem.
Procure a Igreja Universal mais próxima da sua casa e tenha certeza que nós vamos te ajudar!

Eu Acredito Em Você!

Não se toma um presente de volta!

Quando você entrega sua vida verdadeiramente ao Senhor Jesus, você não manda mais em você mesmo, isso é um fato e teoricamente todos já sabem disso!

Então tire da sua cabeça os pensamentos de “vou fazer isso só hoje, qual problema tem?” Bom tem todo problema, enfim, é uma grande falta de educação pedir de volta um presente que você deu!

Quando entregamos nossa insignificante vida a Deus, essa vida passa a ser considerada como um presente dado à Deus, e se voltamos a fazer nossa vontade ao invés da vontade d’Ele, estamos tomando de volta o presente que damos à Ele. Não sejamos mal educados, se for pra dar o presente e tomar ele de volta, é melhor que não dê nada!

BH. Lucas.

Marina – Capitulo 9

 

Eu fiquei um dia e meio no hospital, a menina morreu algumas horas antes de eu receber alta. No momento de sua morte os demônios vieram buscar sua alma… eu vi ! É horrível ! Vi o desespero da sua alma ! Vi o desespero !

Antes da sua morte olhei para ela, estava na cama colocada em frente a minha. Ela era muito magra, careca e com os olhos fundos e roxos. A pele parecia verde, eu conseguia contar os ossos dela. As mãos eram muito feias, lembrei de uma caveira. A boca dela estava com muitas feridas. Ela sentia fortíssimas dores, a enfermeira toda hora aplicava morfina na menina. A dor passava por um tempo e depois voltava.Ela queria chamar a mãe mas não dava mais tempo! Eles a levaram! Eles a levaram! Os demônios a levaram.

Minha mãe estava do meu lado e eu nem falava com ela. Queria tomar um banho, mas ainda não podia me mexer.

Olhei para ela e chorei, eu não podia falar nada, como poderia explicar tudo aquilo? Minha mãe me abraçou e me abençoou…

Fiquei com a expressão da menina morta em minha mente. Uma garota de uns 23 anos, pele e osso, o rosto muito enrugado, as mãos horrorosas. O gemido de dor, a boca toda cheia de feridas e o desespero por estar sendo levada pelos demônios… A mãe chorando em cima do corpo da filha morta… será que minha mãe vai estar no lugar dessa mãe daqui alguns dias? Será que eu vou acabar assim?

Colocaram um lençol branco em cima dela e a levaram para o necrotério. Alguém ia fazer a tal autópsia. Acho que nem precisava, o câncer comeu o corpo todo dela, era só escrever isso.

Meu médico chegou e me deu um sorriso, disse que correu tudo bem na cirurgia, mas que eu deveria começar uma quimioterapia. Assinou um papel e me deu alta.

Meu pai foi nos buscar, eu e minha mãe. Com muita calma desci da cama, minha mãe trouxe um vestidinho bem solto para eu usar, um chinelo de borracha bem leve. Penteou o meu cabelo e fez um rabo de cavalo. Ela segurou no meu braço direito para que eu não caísse. Meu pai levou a sacola com minhas outras roupas.

Entrei no carro, fui na frente, minha mãe sentou-se atrás. No caminho meu pai fazia algumas brincadeiras para ver se eu me alegrava, mas não consegui esboçar nenhum sorriso. Fiquei olhando a paisagem e sentindo a dor na minha alma. Porque será que fiquei desse jeito?

Chegando em casa fui para meu quarto. Minha cama estava arrumada, com dois travesseiros grandes e muito gostosos, um edredom macio e aconchegante. Me deitei, minha mãe ajeitou minhas costas no colchão. A Bá, era uma ajudante que estava conosco desde que eu tinha cinco anos de idade. Ela fez uma sopa de mandioquinha para mim. Bateu no liquidificador e não colocou muito sal. Bá veio pessoalmente colocar a sopa em minha boca. Ela é muito engraçada, fazia aviãozinho para eu comer. Eu ria com isso. Estava sendo tratada como rainha por eles, mas dentro de mim havia um vazio imenso. Não sei o que era, nunca senti isso antes. Um abismo estava dentro do meu peito. Uma vontade de morrer mas ao mesmo tempo não sabia para onde minha alma iria. Mesmo eu tendo aprontado todas, minha mãe me amava, mas será que Deus me amava? Será que Ele se lembrava de mim? Essa dúvida estava dentro do meu coração o tempo todo. Uma voz dizia que eu não tinha mais salvação, que eu estava perdida em meus pecados, que eu não era digna da misericórdia Dele e que não adiantava orar, porque Ele não iria me ouvir… desespero….

Minha mãe chegou perto de mim e passou a mão em minha tatuagem, olhou para ela por alguns segundos. Pensei que iria me dar uma bronca, mas não… balançou a cabeça em sinal negativo e esboçou um sorriso. Não entendi.

Na semana seguinte comecei a químio. Uma sala com um aparelho estranho, um saquinho de soro com os remédios. Começou o tratamento… minha boca ficou seca, parecia que ia rachar. Senti um desconforto insuportável. Uma sensação horrorosa, nem conseguia falar, eu poderia beber toda água do mundo que a secura em minha boca não passava. Tive muita náusea, quando eu saí me receitaram outro remédio para tomar caso o enjoo continuasse. Meu pai passou na farmácia para comprar, eu não queria ficar no carro queria ir embora, estava muito mal, me sentia péssima.

Quando cheguei em casa não resisti e vomitei muito…muito mesmo… meu estomago doía, minhas costas também, não aguentava mais fazer força de tanto vomitar. Uma sensação de morte, quero minha cura! Pelo amor de Deus quero minha cura!.

Dois dias passando horrivelmente mal. Minha mãe ao meu lado sofrendo junto. Voltei a falar com ela. Bá fazia sucos, eu não conseguia tomar, não tinha fome.

Meu pai ligou para o médico e ele disse que era assim mesmo. Pediu para eu comer em pouca quantidade mas várias vezes durante o dia. A comida não descia em minha garganta. Tinha nojo dela. Nem água me sentia bem em beber, comecei a morrer vagarosamente…

Méuri Luiza

Série Nascer de Deus parte 2 – A Verdadeira SEDE de Deus

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Faz um tempo que tinha uma jovem me pedindo orientações. Eu, obviamente conversei com ela e ela me disse que gostaria muito de receber o Espírito Santo. Então eu pedi direção a Deus para fazer um propósito com ela. Começamos o propósito muito entusiasmadas e cheias de alegria.

Mas com o passar do tempo ela foi desanimando e perdendo as forças. Sempre reclamava dos horários de oração e no fim, acabou que não continuou o propósito e voltou a fazer suas próprias vontades.

Traduzindo ela na verdade só estava empolgada, mas não tinha SEDE do Espírito de Deus. Ela até queria nascer de novo mas esse não era o maior desejo do seu coração. Era só uma pequena vontade.

Para receber o Espírito de Deus você tem que realmente querer. Vou dar um exemplo prático:

Imagine uma pessoa que está meses sem beber água, sem beber nada, sem comer qualquer alimento. Imagina a Sede e a Fome que essa pessoa está sentindo. Essa é a SEDE do Espírito Santo. Uma coisa que arde dentro do seu interior, do seu coração, da sua alma.

Não é algo passageiro é algo que permanece dentro do seu ser. E qunto mais você busca mais você tem vontade de buscar, quanto mais você ouve a palavra dEle mais tem vontade de ouvir.

E se você pensa que essa sede acaba quando você recebe o Espírito de Deus, está redondamente enganado! Quando o Espírito de Deus se apossa de você, essa SEDE só aumenta. Ela cresce cada dia mais.

Para receber o Espírito de Deus, para Nascer de Novo você precisa ter SEDE, muita muita SEDE. Não só uma pequena vontade mais uma SEDE insaciável.

E quando Ele ver que você realmente O quer, que você realmente O deseja, que a sua SEDE é verdadeira, então Ela ficará muito feliz em abitar na sua vida.

Série Nascer de novo.

Me lembro como se fosse ontem o dia em que Nasci de Novo!

Eu estava tão triste, me sentia tão vazia tão sozinha. E eu fui falar com Deus – mas sinceramente comigo mesma eu pensava que nem Deus iria me entender -.

Eu não queria me sentir daquele jeito. Eu queria ser feliz, queria sentir e vivera felicidade que as pessoas a minha volta diziam ter!

Foi ai que ao falar com Deus eu disse tudo o que estava sentindo, eu disse tudo aquilo que estava no mais profundo do meu ser! Eu rasguei meu coração perante o alta. Eu não aguentava mais tanta agonia, tanto desespero! Eu sabia que eu tinha pecados. Eu sabia que minha vida errada tinha me levado a toda aquela infelicidade, mas eu queria mudar porque não aguentava mais sofrer como eu sofria.

E foi ai então que Deus me lavou, me perdoou e me deixou encontar o meu Senhor Jesus. O bem mais precioso, o tesouro mais perfeito que alguém pode ter.

A alegria que eu tanto procurava estava diante de mim. E Jesus colocou ela DENTRO do meu coração. Eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto por nada! Podia alguem dizer ou fazer qualquer coisa que nada arrancava aquele sorriso sincero do meu rosto!

E desde aquele dia, eu posso dizer que nasci de novo! Eu Nasci de Deus! Ah! Que dia!

Se você deseja ter esse novo nascimento então se entregue. Se coloque como criatura e deixe O Criador tomar a direção da sua vida! Ele quer cuidar de você, Ele quer dar a felicidade que você tanto procura.

Pare de querer ser senhor de si mesmo. Deixe Jesus ser o seu Senhor e você vai ver o quanto Ele tem a te dar!

Versiculo…

“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,

o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”

2 Corintios 3:5,6

Eu estava lendo um post no blog da dona Cristiane, e quando li esse versículo pensei muito sobre ele. Sabe as vezes nos sntimos tão incapaz. Tem horas que nós olhamos para os desafios que temos de enfrentar e pensamos: Eu não vou conseguir. Eu não sou CAPAZ. Quando recebemos uma responsabilidade ou um título logo pensamos que não merecemos, que existem pessoas mais capazes do que nós para tomar a frente daquilo. Pensamos: Por que eu? Logo eu?

Sabe, Deus sabe de todas as coisas. Ele sabe que você não é capaz, Ele sabe que você sozinho não consegue e é por isso que ELE ESTÁ COM VOCÊ! Ele está te capacitando. Ele está te ajudando. Você realmente não é capaz, mas Ele é e se Ele está com você então você é capaz. Deus não é um ser perdedor, Deus nunca falha e se Ele te deus essa responsabilidade é porque Ele viu algo especial em você.

Pare de dizer que você não pode, que você não é capaz. Como eu ja disse Deus sabe de todas as coisas!  

E lembre-se: sua cruz nunca sera mais pesada do que você possa aguentar.

Marina – Capítulo 8

 

Acordei com o telefone tocando. Era meu médico pedindo para ir até o hospital. No dia seguinte fui . Novos exames foram realizados, muitas perguntas foram feitas. Minha mãe sempre do meu lado… e eu não falava com ela.

Felipe ligava de hora em hora.

A cirurgia foi marcada para dois dias depois. Tudo muito rápido…acho que eu estava morrendo…

Na sexta-feira lá estava eu de novo dentro do hospital. Agora para a grande cirurgia. Eu até que estava com esperanças.

Uma enfermeira loira veio até mim, deu um sorriso e pediu que eu tirasse toda roupa. Me deu um roupão branco com emblema do hospital. Fui até o banheiro e me arrumei.

Dois enfermeiros me fizeram deitar em uma maca com rodinhas, colocaram uma touca em minha cabeça e uma agulha em meu braço, já me preparando para a anestesia.

Na sala tinha muitas luzes, muitos aparelhos. Meus olhos estavam doendo, o medo tomou conta do meu ser. Pra onde minha alma iria? Eu não estava preparada para morrer. Será que Deus podia ouvir a minha voz? Será que Ele se lembrava de mim? Ou nem me conhecia mais… sentia uma mistura de medo com revolta.

O anestesista chegou, estava com um touca verde e uma máscara, nem vi o rosto dele.

Muita gente na sala… meu médico mesmo não estava lá. Minha mãe ficou do lado de fora, não deixaram ela entrar. Eu estava sozinha…somente eu e meus pensamentos… acho que nem Deus estava comigo, mas eu sentia a presença dos demônios, eles estavam bem perto e queriam me devorar, só estavam esperando o momento, estava com medo de morrer, muito medo de morrer…

Um líquido foi colocado por aquela agulha que estava em meu braço. Senti ele subindo em minhas veias…o medo aumentava cada vez mais…meu coração disparou. As luzes começaram a escurecer, o sono veio e não consegui mais segurar…adormeci…

 

Sete horas se passaram e eu acordei. Eles estavam fechando a cirurgia com pontos. Senti o médico me costurando. Ponto a ponto. A anestesia havia acabado e eu acordei antes do tempo. Um alívio…estava viva. Ouvi pessoas conversando, minha mente não estava conseguindo discernir as palavras. Eu ainda estava sob efeito dos remédios, mas os demônios continuavam ali… do meu lado. Vi um como vulto preto, cheiro de podre, calor…meu coração novamente disparou. O desespero tomou conta de mim. Não conseguia falar, não conseguia gritar, meu corpo ainda não respondia, só meu coração disparava…

Um tempo depois me levaram para um quarto. Sete demônios ao redor da minha cama, eu os contei. Ainda não conseguia me mover, fiquei assim por umas quatro horas. Apenas soro era meu alimento. Eu ficava olhando o teto do quarto. Tinha algumas rachaduras, as lâmpadas eram grandes e bem claras. Uma delas estava queimada, tinha oito ao total mas somente sete estavam acessas. Eu sentia frio, uma das janelas estava aberta. Fiquei em um quarto junto com outra menina, também vítima do câncer. Ela já estava na segunda cirurgia, o mesmo caso que o meu, câncer no intestino. Eu não estava vendo ela, porque não conseguia me mexer mas sabia que estava sentindo dores. Ela gemia o tempo todo, e dizia que não aguentava mais.

Ela xingava muito, falava palavrões e estava revoltada. Vi outros demônios ao seu redor, eles riam muito e parecia que estavam esperando por sua alma. A mãe dela estava perto, sofrendo junto.

Minha mãe chegou e me deu um beijo. Passou as mãos pelos meus cabelos. Quando ela chegou perto de mim, senti paz… eles saíram, foram embora. Ela viu que eu estava com frio e fechou a janela. Tinha um cobertor aos meus pés, ela me cobriu. Consegui me aquecer.

A noite foi longa. Toda hora tinha uma enfermeira me aplicando remédio. Eu achava bom porque assim não iria sentir dor, mas ficava com a cabeça pesada e parecia que tinha um zum zum no meu ouvido, eu me sentia dopada o tempo todo, meus olhos não conseguiam fixar em nada, eu não tinha controle sob o meu corpo. O desespero começou tomar conta de mim, queria ir para casa, queria estar bem, queria somente queria, mas eu não podia… comecei a chorar, as lágrimas caíam no travesseiro e nem limpar meu rosto eu tive condições…que ponto cheguei…

 

Continua…

 

Autora: Meuri Luiza